Angola e Rússia podem assinar memorando de criação de uma empresa de capitais mistos

Angola e Rússia podem assinar memorando de criação de uma empresa de capitais mistos

A Empresa Nacional de Diamantes de Angola (Endiama) e a Alrosa, maior companhia russa no ramo diamantífero, assinam nos próximos dias 20 e 21 de Abril um memorando com os princípios de acordo para a criação de uma empresa de capitais mistos.

A informação foi avançada, ontem, por Fedor Andreev, presidente da companhia russa, em declarações à imprensa, no final da audiência concedida pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, em que foi acompanhado pelo presidente do conselho de administração da Endiama, Carlos Sumbula.

O número um da Alrosa revelou que a ideia de criação de uma empresa mista resultou de um ano de estudos conjuntos realizados em parcelas do território angolano com alto potencial diamantífero. "Chegámos à conclusão que existem muito boas perspectivas para criar uma empresa mista com a Endiama."

Fedor Andreev adiantou que para avançar com o projecto, são necessários 50 por cento de cada parceiro e que a actividade vai cobrir 90 por cento do território nacional angolano. "A ideia é trabalhar inicialmente em pesquisa geológica e depois com prospecção e exploração de várias minas."

O presidente da Alrosa disse que após a assinatura do memorando, no âmbito da celebração do dia da indústria diamantífera de Angola, a criação da empresa e a definição das áreas promissoras para pesquisa e prospecção deve levar mais três ou quatro meses. "Com base nos dados que obtivemos, as perspectivas que temos são muito promissoras para não dizer óptimas." Esperamos criar com a Endiama, referiu, uma empresa semelhante à Alrosa. "Mas tem de se compreender que a exploração de diamantes não é confecção de bolos, é preciso esperar entre cinco a seis anos", disse Andreev.

O presidente da Alrosa anunciou também que a companhia optou por abandonar a estratégia de diversificação da sua actividade em Angola, para dedicar-se somente à exploração de diamantes. "Concluímos que a diversificação que foi escolhida há dois anos não serviu bem a nossa companhia e temos a intenção de concentrar os nossos esforços na nossa área de competência, que é o ramo diamantífero", frisou.

Fedor Andreev também comentou sobre o encontro entre o Presidente José Eduardo dos Santos e o seu homólogo russo, Vladimir Putin, em Durban, África do Sul, à margem da Cimeira do BRICS. "Não estou em posição de comentar aspectos políticos de cooperação entre países, porque nós nos dedicamos a questões de produção, sobretudo. Mas historicamente todos sabem que as relações entre Angola e a Rússia sempre foram muito estreitas e têm uma boa base para se desenvolver", sustentou.

Segundo o J.A. Durante a audiência, no Palácio da Cidade Alta, Fedor Andreev expressou satisfação, em nome da Alrosa, pelo desenvolvimento do projecto Catoca. "Em termos de tamanho é a sexta maior do mundo. E os lucros da empresa são também de referência mundial. Registámos que nos últimos dois anos não foi descoberto nenhum jazigo diamantífero de 1º grau e expressámos a opinião de que Angola tem as maiores e melhores perspectivas a nível do mundo para encontrar novos kimberlitos", referiu.