Bento Bembe certifica contactos exploratórios entre Governo e guerrilheiros da FLEC

B.BEMBE_2O general Bento Bembe disse á Ecclésia que estão em curso alguns contactos exploratórios entre o governo e a FLEC para levar a estabilidade total ao enclave de Cabinda.

Bento Bembe diz que estes contactos por esta altura em num nível secreto.

O presidente do FDC não avançou onde decorrem estes contactos, mas afirma que a dada altura haverá novos caminhos para se levar a paz total á Cabinda.

Bembe disse ainda que se for convidado está em condições de fazer parte da discussão com os guerrilheiros da FLEC.

Apesar disso a amnistia Internacional (AI) pediu nesta quarta-feira a libertação de quatro activistas angolanos presos por supostas ligações com o atentado de Janeiro passado contra o autocarro da selecção togolesa de futebol.

"As autoridades angolanas utilizaram este ataque terrorista como pretexto para prender defensores dos direitos humanos que as criticaram no passado", afirma Muluka-Anne Miti, responsável da AI em Angola, em comunicado divulgado pela organização.

Duas pessoas da delegação togolesa morreram e outras duas ficaram feridas no ataque armado a selecção do Togo no território angolano de Cabinda, onde participariam da Copa Africana de Nações.

A Polícia angolana deteve Francisco Luemba e Raul Tati, membros da agora proibida organização de direitos humanos Mpalabanda e que foram achados sem documentação em Cabinda quando participavam de uma conferência sobre a busca de uma solução pacífica para o conflito na região.

No mesmo evento estavam os outros dois condenados, José Benjamin Fuca e Belchior Lanso Tati, que confessaram pertencer à Frente para a Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC), um dos grupos que poucos dias depois do atentado se atribuiu sua autoria.

Segundo a AI, os quatro activistas foram acusados de violar o artigo 26 da lei angolana de crimes contra a segurança do Estado, que concede às autoridades o poder de catalogar qualquer ato como tal.

Os quatro foram condenados a entre três e seis anos de prisão pelo tribunal de Cabinda por "outros actos contra a segurança do Estado" efectuados depois dos ataques de Janeiro.