Angola assume liderança rotativa da SADEC na cimeira de Luanda

120100angA presidência angolana da Comunidade dos Países da África Austral (SADC) será desenvolvida na base de cinco eixos fundamentais, deu a conhecer em entrevista à Angop o director para SADC do Ministério das Relações Exteriores, Sandro de Oliveira.

Explicou que, na base do lema da Cimeira "Consolidar as bases de integração regional, desenvolvimento das infra-estruturas para facilitar as trocas comerciais e a liberalização económica", deve-se reter que os estados membros defendem as infra-estruturas como base da integração regional.  

Por este facto, o país propõe, no quadro da sua presidência, cinco pontos fundamentais para este período, que passaria, no âmbito das infra-estruturas, pela procura de soluções para os problemas da energia na região, convergência macroeconómica, segurança alimentar, incluindo HIV/Sida.

De igual modo, estará atento a revisão de meio-termo do Plano Indicativo Estratégico e Desenvolvimento Regional, que Angola vai tomar bastante sério para que, na próxima Cimeira 2012, possam ser apresentados resultados desta revisão.

Outro assunto, disse, tem a ver com os mecanismos para a operacionalização do Fundo de Desenvolvimento regional. Explicou que a SADC achou por bem ser já altura de possuir um fundo do género, de modo que alguns projectos possam ser financiados com dinheiro dos estados membros, no sentido de não depender bastante da ajuda de parceiros internacionais.

"É importante que nós comecemos a partir para iniciativas próprias, para que alguns projectos sejam desenvolvidos com dinheiro da região", disse.

Já do ponto de vista político, Angola pretende trabalhar em colaboração com a África do Sul, esta na qualidade de presidente do órgão, para assegurar que a estabilidade e respeito das instituições dos estados membros possam ser um facto. Recordou que para o período de Agosto de 2011 a Agosto de 2012, na região da SADC, mais de cinco países têm eleições previstas e, neste sentido, tem de haver uma atenção especial a estes processos, porque são destes que muitas vezes aparecem as crises pós eleitorais, conflitos internos que em alguns casos desembocam em guerras.

Neste assunto, disse, Angola está decidida em trabalhar em estreita colaboração com a África de Sul, no sentido de poder fazer respeitar as directrizes da organização no que cabe as eleições, bem como trabalhar para finalizar o processo de mediação no Zimbabwe, Madagáscar e na RD-Congo, neste último tem a ver com o conflito no leste, embora que se deve acompanhar já, este ano, as eleições na Zâmbia e na própria RD-Congo.