Escândalo obriga oposição a exigir saída de Itália

rA oposição italiana exigiu a demissão do primeiro-ministro italiano, Sílvio Berlusconi, depois da divulgação de escutas telefónicas nas quais, entre outras coisas, ele diz governar nas horas vagas.

As escutas são as principais provas de uma investigação liderada pela Procuradoria de Bari contra oito suspeitos de induzirem dezenas de mulheres a prostituírem-se a Berlusconi, entre 2008 e 2009, em troca de contactos de alto nível, especialmente com o grupo industrial Finmeccanica.

Todos os jornais publicaram no sábado as transcrições das conversas telefónicas de Berlusconi. Numa delas, ocorrida no dia 1 Janeiro de 2009, o chefe do governo italiano, de 75 anos, conta que as jovens brigam entre si para passar a noite com ele: "Eram 11, mas só dormi com oito, pois não podia mais". Berlusconi fez esta confidência a Gianpaolo Tarantini, um empresário que é o principal suspeito da investigação de Bari.

Tarantini está preso desde o dia 1 de Setembro por ter recebido 850 mil euros de Berlusconi, para mentir aos procuradores sobre as festas nocturnas que organizavam.

Noutra conversa, Berlusconi fala com Marysthell Polanco, uma jovem bailarina dominicana, cujo nome aparece também noutro caso, o Rubygate, no qual Berlusconi é julgado por prostituição de menor. Na conversa, Berlusconi desculpa-se pelo pouco tempo que lhe dedica: "Sabe Marysthell, nas minhas horas vagas sou primeiro-ministro".

O principal partido da oposição, o Partido Democrata, exigiu a demissão de Berlusconi, e disse que a Itália, que possui graves problemas económicos, não pode tolerar um líder que governa nas horas vagas. Membros do governo, em contrapartida, acusam a oposição de invadir a vida privada do líder italiano.

Segundo uma sondagem recente, a popularidade de Berlusconi caiu em Setembro para o seu mais baixo nível histórico: 24 por cento.