Coreia do Norte vai retirar os seus 53.000 trabalhadores de Kaesong

Coreia do Norte vai retirar os seus 53.000 trabalhadores de Kaesong

A Coreia do Norte anunciou hoje que vai retirar os seus 53.000 trabalhadores da zona industrial de Kaesong, único projeto conjunto com a Coreia do Sul, e suspender todas as operações comerciais no complexo, culpando "os belicistas militares".

A Coreia do Norte "vai retirar todos os seus empregados da zona", disse Kim Yang-Gon, responsável do partido no poder, num comunicado transmitido pela Agência de Notícias da Coreia Central.

Pyongyang vai também "suspender temporariamente as operações na zona e estudar se autoriza a sua existência ou se a fecha", acrescentou Kim.

Kim, que hoje de manhã visitou Kaesong, disse que a decisão foi forçada por "belicistas militares" que querem fazer de Kaesong um ponto de confronto numa escalada de tensões militares na península da Coreia.

"A forma como a situação se vai desenvolver nos próximos dias vai depender inteiramente da atitude das autoridades da Coreia do Sul", acrescentou.

O Norte proibiu na quarta-feira os trabalhadores e gestores da Coreia do Sul de atravessarem a fronteira para entrar no complexo, 10 quilómetros para o interior da Coreia do Norte.

Até agora, 13 das 123 empresas sul-coreanas a trabalhar na zona foram forçadas a suspender a produção devido à falta de combustíveis e matéria-prima.

Mais de 300 sul-coreanos que trabalhavam em Kaesong quando a proibição foi imposta já regressaram ao Sul, mas mais de 500 continuam no complexo.

Já hoje, o ministro das Finanças da Coreia do Sul apelou à Coreia do Norte que levante o "ridículo" embargo ao acesso a Kaesong, afirmando que Pyongyang não tem nada a ganhar com essa ação.

"Talvez a Coreia do Norte pense que não tem nada a perder, mas eu penso que não tem nada a ganhar"disse Hyun, acrescentando que o Governo fornecerá ajuda financeira às empresas sul-coreanas afetadas, se necessário.

Kaesong é o último símbolo da cooperação inter-coreana, tendo-se tornado um peão num jogo cada vez mais perigoso entre Pyongyang, Seul e Washington.