Vaticano apela aos líderes muçulmanos para que condenem radicais

Vaticano apela aos líderes muçulmanos para que condenem radicais

O Vaticano condena as “acções criminosas” do chamado Estado islâmico e apela aos responsáveis religiosos, sobretudo muçulmanos, para que também condenem a situação dramática a que estão a ser sujeitas as minorias religiosas e étnicas no Iraque.

Em comunicado divulgado, esta terça-feira, pela Sala de Imprensa do Vaticano, o Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso apela aos responsáveis religiosos para que exerçam a sua influência para pôr fim aos crimes que estão a ser praticados no Iraque.

“Os responsáveis religiosos são chamados a exercer a sua influência junto dos governantes para pôr fim aos crimes, para punir quem os comete e para restabelecer um Estado se direito sobre todo o território, assegurando o regresso dos refugiados”, lê-se no comunicado, que começa por “condenar sem ambiguidade” uma longa lista de “práticas indignas do homem”.

O massacre de pessoas devido à sua fé, a decapitação, crucificação e exposição de cadáveres; a imposição de escolha aos cristãos e aos yazidi (uma minoria pré-cristã) entre a fuga ou a conversão ao Islão; a fuga forçada de milhares de pessoas, entre as quais crianças, idosos, grávidas e doentes; a imposição da prática da excisão; a destruição de lugares de culto, a ocupação de igrejas e mosteiros são alguns dos crimes inumerados no comunicado, segundo o qual “nada pode justificar tal barbárie e muito menos uma religião”, pois trata-se de ofensas de extrema gravidade contra a humanidade e contra Deus.

O conselho lembra que, com altos e baixos, cristãos e muçulmanos viveram juntos durante séculos e construíram uma cultura de convivência. Pelo que “a situação dramática dos cristãos, dos yazidi e de outras comunidades religiosas e étnicas minoritárias no Iraque exige uma tomada de posição clara e corajosa por parte dos responsáveis religiosos, sobretudo muçulmanos”.

“Todos devem ser unânimes na condenação destes crimes, sem qualquer ambiguidade, e devem denunciar o recurso á religião como justificação. De outra forma, que credibilidades terão as religiões, os seus seguidores e os seus chefes? Que credibilidade pode ainda ter o diálogo inter-religioso pacientemente construído nos últimos anos?”, Pergunta o organismo do Vaticano responsável pelo diálogo com as outras religiões e que apela a todos os líderes religiosos para que sublinhem que “o apoio, o financiamento e armamento de terroristas o é moralmente condenável”.