O Papa Francisco pediu esta sexta-feira, o respeito pelo cessar-fogo no leste da Ucrânia, manifestando a sua solidariedade à população atingida pela violência neste país.

“Que o cessar-fogo recentemente [domingo, ndr] assinado seja respeitado e que sejam aplicados todos os outros compromissos, como condição para evitar o regresso das hostilidades”, declarou no Vaticano, ao receber os bispos da Ucrânia que concluíram a sua visita às instituições da Santa Sé.

Francisco mostrou-se “particularmente próximo” das vítimas deste conflito, lembrando os mortos e “todos os que são atingidos pela violência”.

O Papa disse rezar para que “o Senhor conceda a paz quanto antes” e apelou a todos as partes envolvidas para que “sejam aplicados os acordos atingidos de livre vontade” e se respeitem as “leis internacionais”.

O exército de Kiev e os rebeldes pró-russos continuaram os combates em cidades do leste da Ucrânia, apesar do cessar-fogo que foi anunciado no domingo.

O Papa pediu aos bispos ucranianos que procurem trabalhar pela “concórdia” do país, perante as “graves e complexas dificuldades” que o mesmo enfrenta.

“A Santa Sé está ao vosso lado, inclusive junto das instâncias internacionais”, declarou.

Segundo Francisco, o conflito tem motivos políticos e económicos, apontando o dedo ao grupo de pessoas que enriqueceu “enormemente”, em detrimento da grande maioria dos cidadãos.

“A presença deste fenómeno poluiu também as instituições públicas e isso gerou uma pobreza iníqua numa terra generosa e rica”, lamentou.

Noutra observação, relativa à vida interna da Igreja, o Papa advertiu para a necessidade de superar “incompreensões e feridas” entre os membros do episcopado católico, dos ritos latino e oriental.

O conflito armado no leste da Ucrânia já fez mais de 5000 mortos, desde que teve início em abril de 2014, segundo dados da ONU.