Testemunho cristão é uma experiência com Jesus, Papa no Regina Coeli

Testemunho cristão é uma experiência com Jesus, Papa no Regina Coeli

Domingo, 19 de abril, grande multidão na Praça de São Pedro que saudou o Santo Padre neste III Domingo da Páscoa.

“Testemunhas” – esta é a palavra sobre a qual desenvolveu o Papa a sua meditação e que aparecem duas vezes nas leituras bíblicas de hoje. A primeira vez nos lábios de Pedro que após a cura do paralítico exclama: “Matastes o autor da vida, mas Deus ressuscitou-o dos mortos: nós somos testemunhas”. A segunda vez em que ouvimos a palavra “testemunhas” nas leituras deste domingo são pronunciadas pelo próprio Jesus Ressuscitado que na noite de Páscoa diz aos discípulos: “Disto vós sois testemunhas”.

Mas, afinal o que é uma testemunha? – perguntou o Santo Padre.

“Testemunha é alguém que viu, que recorda e conta. Ver, recordar e contar são os três verbos que nos descrevem a identidade e a missão. A testemunha é alguém que viu, mas não com olhos indiferentes; viu e deixou-se envolver pelo evento. Por isto recorda, não somente porque sabe reconstrui em modo concreto os factos que aconteceram, mas porque aqueles factos falaram-lhe e ele colheu o seu sentido profundo. Então, a testemunha conta, não em maneira fria e destacada, mas como um que se deixou pôr em questão, e desde aquele dia mudou de vida.”

O conteúdo do testemunho cristão não é uma teoria – disse o Papa – uma ideologia ou um complexo sistema de preceitos e proibições, mas uma mensagem de salvação, aliás uma Pessoa: é Cristo Ressuscitado, vivo e único Salvador de todos. E Jesus pode ser testemunhado por aqueles que fizeram uma experiência pessoal com Ele, através do Batismo, da Eucaristia, da Confirmação ou da Penitência. E o seu testemunho é tanto mais credível quanto mais evangélico for – afirmou o Papa Francisco:

“E o seu testemunho é tanto mais credível quanto mais transparece de um modo de viver evangélico, alegre, corajoso, manso, pacífico, misericordioso. Se, ao invés, o cristão se deixa tomar pelas comodidades, pela vaidade, torna-se surdo e cego ao pedido de ‘ressurreição’ de tantos irmãos, como poderá comunicar Jesus Vivo, a sua potência libertadora e a sua ternura infinita?”

Após a recitação do Regina Coeli o Papa Francisco referiu-se a mais uma tragédia com migrantes no mar Mediterrâneo e lançou um forte apelo para que a comunidade internacional atue decididamente para impedir tais tragédias:

“ Estão a chegar, nestas horas, notícias relativas a uma nova tragédia nas águas do Mediterrâneo. Um barco carregado de migrantes virou-se na noite passada a cerca de 60 milhas da costa líbia e temem-se centenas de vítimas. Exprimo a minha sentida dor perante a uma tal tragédia e asseguro para os desaparecidos e as suas famílias a minha oração. Dirijo um forte apelo a fim de que a comunidade internacional atue com decisão e prontidão, para evitar que semelhantes tragédias se repitam.”

O Santo Padre propôs aos fiéis presentes na Praça de S. Pedro um momento de silêncio e oração pelas vítimas desta tragédia.

O Papa Francisco saudou todos os fiéis e grupos de peregrinos presentes na Praça de S. Pedro e em particular saudou a diocese de Turim que iniciou nestes dias a Exposição do Santo Sudário. O Santo Padre recordou que também ele visitará Turim e o Santo Sudário no próximo dia 21 de Junho.

Pedindo para que rezem por ele, o Papa Francisco a todos desejou um bom domingo e um bom almoço.