Papa aos Claretianos: escutar as periferias do mundo

Papa aos Claretianos: escutar as periferias do mundo

Na manhã desta sexta-feira, o Papa Francisco recebeu em audiência na Sala do Consistório do Vaticano, os participantes no Capítulo Geral dos Missionários Filhos do Coração Imaculado de Maria (Claretianos). No seu discurso o Papa começou por agradecer ao Superior Geral, P. Matew Vattamattam, pelas amáveis palavras, desejando-lhe fecundo serviço na responsabilidade que lhe foi confiada.

Em seguida, partindo do tema central do Capítulo (“Testemunhas e mensageiros da alegria do Evangelho”), Francisco sublinhou a importância de ser “testemunhas” porque – disse – a alegria não se pode comunicar se não está presente e profundamente enraizada tanto na própria vida como na da comunidade, mas também “mensageiros” porque o bem deve ser partilhado, e ao partilhar a alegria ela se purifica e multiplica, tornando-se verdadeiramente ‘evangélica’.

E aos Claretianos o Papa indicou a escuta das periferias do mundo como critério de discernimento da Congregação e suas actividades:

“Como encontraram a Congregação durante a análise capitular? Neste exercício de discernimento, como vos interpelou a voz do Espírito? Um caminho muito seguro para as suas chamadas é situar-se na escuta das diferentes periferias do nosso mundo. Nelas a sua voz ressoa com maior claridade. E isto é ainda mais importante para uma Congregação missionária como a vossa”.

E Francisco recordou-lhes em seguida as suas palavras na carta enviada aos consagrados por ocasião do Ano da Vida Consagrada, e convidou-os a “olhar para o passado com gratidão, viver o presente com paixão e abraçar o futuro com esperança”, colocando sempre Jesus no centro da vida para poder testemunhar e comunicar a alegria do Evangelho.

Fazer «memória agradecida do passado» - explicou Francisco – é dar graças a Deus pelo testemunho de muitos dos vossos irmãos que, sustentados pela fé, viveram com profundo gozo a sua vocação, alguns deles até ao martírio, e é também reconhecer a misericordiosa mão do Senhor que continua a fazer maravilhas no seu povo apesar da nossa fraqueza e inconstância. E explicou também o que é viver o presente com paixão:

«Viver o presente com paixão» é fundamentar o próprio programa missionário no espírito de Santo António Maria Claret que colocou como lema no seu brasão episcopal o ‘Caritas Christi urget nos’. Amar como Jesus amou deve interpelar cada uma das nossas opções vitais e pastorais”.

E por fim «abraçar o futuro com esperança», significa não deixar-se arrastar pelo desânimo, disse o Papa, não ter medo, porque é o Senhor que envia. E exortou-os a pôr sempre os olhos naqueles que esperam o anúncio, nos que precisam do seu testemunho para sentir a presença misericordiosa de Deus nas suas vidas.

A terminar Francisco convidou os Claretianos a cuidarem particularmente dos que estão em processo de formação, ajudando-os a interiorizar aqueles valores que o Fundador assinalou como garantia de fidelidade ao carisma. Como “Filhos do coração de Maria” possam eles exprimir a maternidade da Igreja, mãe misericordiosa, que nunca se cansa de esperar, acompanhar e perdoar.