O Sínodo reza pela Síria

O Sínodo reza pela Síria

O Sínodo reza pela Síria. «Preocupados pela situação trágica na qual vive o povo sírio – disse o arcebispo Nikola Eterović, secretário-geral, na abertura dos trabalhos da terceira congregação geral esta manhã, terça-feira 9 de Outubro, na presença de Bento XVI – o Papa e os padres sinodais garantem a sua proximidade às populações dessa terra atormentada, abalada por tanta violência. Garantem também a sua constante oração pelas vítimas de tanta barbárie, que são, sobretudo, pessoas pobres e crianças. Pedem ao Senhor que guerra e violências possam acabar imediatamente e que se encontre finalmente uma solução justa».

O apelo foi pronunciado logo depois da meditação do arcebispo Joseph Absi, auxiliar e proto-sincelo de Damasco dos greco-melquitas, durante a liturgia da Terceira Hora. Comentando o Salmo 118 o prelado reflectiu em particular sobre o significado verdadeiro do amor pela lei do Senhor, um amor que para o homem deve transformar-se em amor pelo outro. E é isto que muitos crentes não entenderam bem: de facto, todos sabem que uma lei – disse – pode agradar, convir, ser justa e respeitada; mas o facto de que «ela possa ser amada e meditada deve fazer-nos reflectir». Principalmente sobre o modo em que esta lei é transmitida. Se isto «acontecer de modo insensível – explicou – e impessoal, sem exaltação, então dificilmente se conseguirá contagiar os outros.

O apelo a uma reflexão sobre o modo de transmitir o Evangelho no mundo de hoje foi um pouco o fio condutor dos pronunciamentos desta manhã, vinte e sete no total. Muitos realçaram a necessidade de uma renovação que comece exactamente a partir dos evangelizadores e os chame a revigorar a própria relação directa com Cristo antes de o comunicar aos outros. O cardeal Timothy Dolan, para reforçar o conceito, recordou que a primeira palavra da evangelização é «vem» e a última é «vai». Isto significa – explicou – que «o evangelizador é o primeiro a ser chamado e, portanto, a dever ir ao encontro de Cristo. Só depois poderá ir e levá-lo aos outros». O cardeal estado-unidense, consequentemente, formulou a questão da demasiada atenção prestada às estruturas, às coisas que nos circundam, às aparências, quando se procura entender o que está errado neste mundo. Talvez seja mais oportuno pensar que quem está errado somos nós; «e, portanto somos nós – acrescentou – que nos devemos converter e redescobrir o valor da reconciliação». O purpurado foi além e propôs que seja exactamente a reconciliação «o sacramento da nova evangelização».

Concorda com ele o arcebispo de Manila, Luis Antonio Tagle, que na sua intervenção pediu que a Igreja seja ajudada a redescobrir «o grande poder do silêncio». Só no silêncio podemos ouvir mais claramente a voz do Senhor, o único capaz de oferecer verdadeiramente «respostas a tudo e a todos». Para encontrar esta força talvez seja preciso «um novo Pentecostes», sugeriu o arcebispo de San Antonio, Gustavo García-Siller, que manifestou o desejo de uma «consagração do mundo ao Espírito Santo». Um apelo à renovação foi lançado também pelo arcebispo Rino Fisichella, que fez votos para que haja uma reconsideração sobre aquilo que definiu «burocratização da vida de fé e sacramental».

Na congregação, presidida pelo cardeal Francisco Robles Ortega, arcebispo de Guadalajara, participaram 256 padres sinodais. Antes de deixar a Sala o Papa saudou o bispo luterano finlandês Peura e o estado-unidense Vest, presidente da American Bible Society.

LR