Papa alerta para o “escândalo” da fome que afecta milhões de pessoas

Papa alerta para o “escândalo” da fome que afecta milhões de pessoas

Francisco diz que o mundo não pode "virar a cara" e "fingir" que a fome não existe. por isso pede que todos se unam para dar voz aos que sofrem silenciosamente por causa da fome.

O Papa considera que a fome é um verdadeiro escândalo mundial. Numa mensagem vídeo no âmbito da campanha da Cáritas, que é lançada esta terça-feira a nível mundial, Francisco pede uma vaga de orações que chame a atenção para os mais necessitados.

“Estamos perante um escândalo mundial que afecta quase mil milhões. Mil milhões de pessoas que ainda hoje passam fome: não podemos virar a cara para o lado e fingir que esta realidade não existe”, lembra o Papa, acrescentado que “os alimentos hoje disponíveis no mundo seriam suficientes para alimentar todos”.

Por isso, Francisco pede a todos que encontrem espaço nos “corações para esta emergência, respeitando este direito que Deus deu a todos e que é o direito a ter acesso a uma alimentação adequada”.

Nesta mensagem, o Papa deixa um pedido: “Partilhemos aquilo que temos, numa atitude de caridade cristã, com todos os que são obrigados a enfrentar numerosos obstáculos para poder satisfazer uma necessidade tão primária e, ao mesmo tempo, sejamos promotores de uma autêntica cooperação com os pobres para que, através dos frutos do seu e do nosso trabalho, possamos viver uma vida digna.”

A Cáritas internacional vai lançar esta terça-feira, Dia Internacional dos Direitos Humanos, uma campanha mundial em que apela à erradicação da fome no mundo até 2025 e vai arrancar com uma “onda de oração”.

A esse propósito, o Papa Francisco convida “todas as instituições do mundo, toda a Igreja e cada um de nós, como uma só família humana, a dar voz aos que sofrem silenciosamente por causa da fome, para que estas vozes se transformem num rugido capaz de fazer tremer o mundo”.

A campanha "Uma família humana - alimentos para todos" é lançada em 200 países e apela aos governantes para incluírem o direito à alimentação nas legislações nacionais.