A violência doméstica e a transmissão de valores culturais e cívicos à juventude angolana são as principais mensagens do disco de estreia do trovador Ésio Adriano, com o título genérico “O Dia-a-Dia”, a ser apresentado domingo, a partir das 8h00, na Praça da Independência, em Luanda.
Ésio Adriano disse ao Jornal de Angola que sempre desejou produzir um disco que retratasse o quotidiano angolano, de maneira a levar as pessoas a reflectirem e reverem-se nas histórias cantadas com algum lamento.
O disco tem 12 faixas, foi produzido no estúdio “Letras e Sons”, em Luanda, e acabado em Portugal, disse o autor do sucesso “Dadão”. Acrescentou que o álbum “O Dia-a-Dia” é numa primeira fase também comercializado nas províncias de Benguela, Cunene, Namibe, Cabinda, Kwanza-Sul, Malange e Huíla.
O artista destacou que o disco aborda ainda questões como a pedofilia, doenças sexualmente transmissíveis e temas que recordam a sua infância. “Procuro no disco trazer à memória das pessoas brincadeiras de miúdos que o tempo levou e que nos deixaram boas recordações”, disse.
Neste disco de estreia, Ésio fala ainda de situações em que muitas jovens procuram a vida fácil, enveredando na delinquência e prostituição. “Recebo incentivos de muita gente que se identifica com as minhas canções.” O músico revela que o disco “O Dia-a-Dia”, cantado nos géneros kilapanga, r&b e soul music, tem as participações de cantores como Matitas Samuel, Rosa Baptista e Zeca Power, que acompanharam o início da sua carreira artística.
Canções como “Cherri”, “Maçã”, “Não te quero mais”, “Kapuete”, “Amor”, “Esta mulher não presta”, “Pim Pám”, “Aiue” e “Dadão”, esta última deu visibilidade ao artista, fazem parte do disco.
O disco foi feito com o objectivo de retratar vários aspectos sociais da vida dos angolanos e foi gravado em três meses. “Foi nos bares com a minha guitarra que comecei a dar os primeiros passos, não pretendo deixar de cantar nesses lugares mais restritos, porque aprendi a valorizar as pequenas coisas.”
Ésio tem como fonte de inspiração músicos como Totó (uma das maiores referências nacionais), Jack Kanga e Emanuel Kanda, assim como os internacionais Lokua Kanza, Salif Keita e Ismael Lô.