Francisco de Lemos falava em conferência de imprensa a propósito de informações postas a circular por vários órgãos de comunicação social e nas redes sociais, segundos as quais a companhia petrolífera angolana está em “falência técnica”, “bancarrota” e em crise.
Segundo o gestor da Sonangol, esta estabilidade e robustez é aferida pelo endividamento de 13,7 mil milhões de dólares, enquanto o património líquido (capitais próprios) está avaliado em 21,9 mil milhões, situação que dá uma alavancagem financeira suficientemente estável de 63 porcento.
Enfatizou que, em 2014, o lucro operacional (EBITDA) da empresa excedia em 1.650 milhões a sua dívida líquida, indicador que revela a sustentabilidade operacional do endividamento e a preservação de liquidez suficiente para as adversidades conjunturais.
O presidente da Sonangol elucidou que qualquer estado de falência ou bancarrota implicaria a companhia registar, num só ano, prejuízos de 22 mil milhões de dólares, o que é virtualmente impossível de acontecer num único ano ou mesmo num período de quatro a cinco anos.
Acrescentou que a companhia possui capitais circulantes suficientes para satisfazer as suas obrigações imediatas e de curto prazo, razão pela qual, após seis meses de actividade (de Janeiro a Junho deste ano), ainda não fez recurso ao crédito externo, mesmo com o preço do barril de petróleo bastante inferior em relação ao praticado o ano transacto no mercado internacional.
Relativamente à produção dos vários blocos em exploração, pontualizou que, durante o primeiro semestre deste ano, a produção se situou em cerca de 12 porcento acima do registado no período homólogo de 2014, ou seja, está a produzir 100 mil barris/dia a mais em relação ao ano transacto.
Adicionado o aumento da produção, Francisco de Lemos disse que o preço do barril se encontra muito acima do preço de referência estabelecido para a programação da empresa para o ano em curso.
Investimentos, distribuição de combustíveis e operações internacionais
Por outro lado, o gestor disse que existem reservas de combustíveis e de gás butano acima dos níveis exigidos pela regulamentação, facto que garante a regularidade e estabilidade no abastecimento e venda de refinados de petróleo, razão pela qual não há registos de qualquer constrangimento operacional em todo o país.
Quanto à presença da petrolífera no estrangeiro, o gestor assegurou que a actividade da companhia, através das suas subsidiárias SONUSA, em Houston, nos EUA, SONANGOL LIMITED, em Londres, Reino Unido, e da SONASIA, Singapura, decorre com normalidade.
Por outro lado, disse que a companhia prioriza a manutenção da quota da Sonangol nos mercados da China e da Índia, onde a concorrência é cada vez mais forte, sobretudo das companhias de países vizinhos destes dois gigantes mercado asiático.
Acrescentou que a Sonangol mantém também as suas operações petrolíferas no Brasil, através da Sonangol Hidrocarbonetos Brasil, e a parceria com a companhia estatal venezuelana, e, ao mesmo tempo, continua a desenvolver a sua actividade em Cuba, que culminará com o primeiro poço de pesquisa no segundo trimestre de 2016.
Garantiu que a empresa mantém o seu programa de investimento em todos os segmentos, programados para 2015, estimados em 6,7 mil milhões de dólares norte-americanos.
A prioridade destes investimentos, esclareceu, concentra-se na exploração e produção de petróleo bruto, com 58 porcento, enquanto a outra parcela recai para investimentos em refinação, distribuição e logística.
“Em função da estabilidade que se verifica na empresa e embora a Sonangol continue a monitorar regularmente, não esperamos um agravamento da conjuntura internacional durante este segundo semestre”, disse.
Em consequência disso, explicou, a Sonangol concentrará os seus esforços na conclusão do processo de licitação de concessões petrolíferas na plataforma terrestre, com a publicação, em breve, dos termos de referência, processo para qual se encontram pré-qualificadas 62 empresas privadas angolanas.
À semelhança do que fazem todas outras companhias petrolíferas, Francisco de Lemos disse que a Sonangol continuará a desenvolver iniciativas que permitam ajustar os preços às suas actividades à conjuntura actual.
fonte: Angop