O deputado do MPLA e antigo governador de Luanda, Higino Carneiro, foi constituído arguido pela justiça a 12 de Fevereiro. Em causa a suposta má gestão da capital angolana no período entre 2016 e 2017.
O interrogatório de Higino Carneiro durou praticamente oito horas junto da Direcção Nacional de investigação e acção criminal da Procuradoria Geral da República .
À saída o seu advogado José Carlos Miguel sublinhou que o também general das Forças armadas angolanas respondeu a perguntas sobre a sua gestão de Luanda.
O seu defensou descartou, porém, ter-se falado em desvio de fundos ou em má gestão do erário público por parte do ex 2° vice-presidente da Assembleia nacional.
José Carlos Miguel sublinhou que nesta quarta-feira deve-lhe ser comunicado o despacho decorrente do acto de interrogatório desta terça.
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Higino Carneiro, para além dos cargos acima referidos, foi também governador do Cuanza Sul e do Cuando Cubango, para além de ter sido ministro das obras públicas entre 2002 e 2010.
Pairariam sobre ele suspeitas de desvios de fundos nesse período. Ele ter-se-ia recusado, nomeadamente,em justificar gastos na ordem de 115 milhões de dólares segundo recentes denúncias de um quadro sénior da Inspecção geral do Estado.
Em Agosto de 2018 o semanário português Expresso tinha ventilado a informação que essas irregularidades detectadas tinham levado ao congelamento de diversas contas bancárias, designadamente de Higino Carneiro, mas também de Manuel Rabelais.
Este último foi ouvido pelo mesmo organismo de justiça há uma semana, tendo ele sido impedido de deixar o país.
Sobre Higino Carneiro pesariam ainda suspeitas de "remuneração ilegal" da Comissão de coordenação do Projecto de linha de crédito da China, bem como da aquisição de meios que não teriam sido inventariados e a execução de 64 contratos cujos vistos foram recusados pelo Tribunal de contas.