Mais de 715 mil documentos, analisados por 120 jornalistas dos maiores órgãos de comunicação social de todo o mundo começaram este Domingo a ser divulgados, no chamado caso “LUANDA LEAKS”.
A transferência de 115 milhões de dólares de uma conta da Sonangol, depositada no Eurobic, para uma empresa offshore no Dubai é o caso mais documentado da investigação que está a ser feita há oito meses por um consórcio internacional de jornalistas. Percurso da filha do ex-Presidente angolano passou por mais de 400 empresas. Há nomes portugueses envolvidos no caso.
Entre Maio e Novembro de 2017, quando Isabel dos Santos estava no último terço do seu mandato à frente da petrolífera estatal angolana, a Sonangol, a empresa transferiu para o Dubai, pelo menos, 115 milhões de dólares de fundos públicos. Este é o principal caso revelado pela investigação de um consórcio internacional de jornalistas e que em Portugal é integrado pelo Expresso.
O caso Luanda Leaks, como está a ser referido na imprensa internacional, mostra como a filha do ex presidente da República Angolana terá desviado fundos públicos para contas de empresas offshore no Dubai, nomeadamente a Matter Business Solutions, onde aparecem ligados, de acordo com os documentos a que os jornalistas tiveram acesso, os portugueses Mário Leite da Silva, Jorge Brito Pereira e Paula Oliveira.
De acordo com o consórcio, a empresária Isabel dos Santos terá canalizado centenas de milhões de dólares de dinheiro estatal para um labirinto de empresas (ao longo da sua vida fundou ou teve participação em mais de 400), alegadamente “com a ajuda de uma rede de entidades financeiras, advogados, contabilistas e governantes, de Lisboa a Londres, de Valeta ao Dubai”, refere a investigação liderada em Portugal pelo Expresso e pela SIC.
Assim que estas notícias começaram a ser divulgadas, Isabel dos Santos usou o Twitter para se defender. E à tese que tem vindo a enunciar de que está a ser vítima de uma campanha de descredibilização internacional, liderada pela Justiça do seu próprio país, que em Dezembro lhe decretou um arresto de bens, acrescentou este Domingo a palavra “preconceito” e “racismo” para justificar o noticiário que os jornais portugueses e internacionais começaram a divulgar sobre si e as suas empresas.
Reportagem de Salgueiro Vicente
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