Em 2017 ele era novidade e expectativas. Em 2022 pouco ou nada se sabe o que será. Contudo, em 2019, já se sabe que “dividiu opiniões”, entre os angolanos.
O inquérito que avaliou o desempenho do Presidente da República no segundo ano de mandato, revela um equilíbrio muito grande entre aqueles que aprovam e aqueles que desaprovam. O curioso é que nenhuma das apreciações atingiu a fasquia dos 50%.
Os números revelam que 43% dos angolanos está “fortemente” satisfeito com o desempenho em 2019, ao passo que 45% mostrou-se “fortemente” insatisfeito. Os restantes 11% não souberam ou recusaram-se a avaliar. Dividido por áreas, na rural o nível de aprovação é ligeiramente maior, 45%, em relação a urbana, 43%.
Tendo em conta as idades, a faixa etária que mais fortemente apoia o desempenho do Presidente da República é a que vai dos 66 anos para cima, 53% de aprovação, seguida da que vai dos 56 aos 65 anos de idade, 48% de aprovação. A que mais desaprova é a faixa etária dos 46 aos 55 anos, com 48%.
No que toca a relação com instituições como a Assembleia Nacional e os tribunais, a maior parte dos angolanos felicita João Lourenço pelo respeito que tem mostrado em relação as decisões destas saídas.
55% dos angolanos diz que o Presidente “raramente” ou “nunca” ignora a Assembleia Nacional, ao passo que dois em cada dez angolanos, 21%, consideram que ele o faz “frequentemente” ou “sempre” e que segue a sua própria vontade.
Em relação aos tribunais e as leis, mais de metade dos angolanos, 53%, afirma que o Presidente “raramente” ou “nunca” ignora os tribunais e as leis. Quase ¼ dos angolanos, no entanto, considera que ele o faz “frequentemente” ou “sempre”.
João Lourenço tem mais dois anos de governação pela frente. Um tempo que vai certamente querer usar para dar avanços ao seu programa de governo. Neste 26 de Setembro de 2020 começa o quarto ano do mandato.
Os dados aqui apresentados são resultado de um inquérito realizado nos meses de Novembro e Dezembro de 2019, e que acabam de ser divulgados hoje, dia 26 de Setembro de 2020, pela Ovilongwa.
A Ovilongwa é parceira do Afrobarometer, uma rede de pesquisa pan-africana e não-partidária que fornece dados quantitativos fiáveis sobre a vivência e avaliação dos africanos da democracia, da governação e da qualidade de vida. O Afrobarometer realiza entrevistas face-a-face na língua a escolha do entrevistado, com uma amostra nacional representativa.
Foram ouvidos, no inquérito, 2.400 angolanos em todo o país. «Uma amostra deste tamanho produz resultados nacionais com uma margem de erro de 2 pontos percentuais, para mais e para menos, e um nível de confiança de 95%», diz a nota de imprensa.
Em três anos de governação foram melhorados aspetos como liberdade de expressão e combate a corrupção, mas ficam por se materializar promessas de emprego e combate a fome e a pobreza extremas, assim afirmam cidadãos em Luanda e a associação de Direitos Humanos mãos livres, numa altura em que faltam 29 dias para o terceiro aniversário da tomada de posse de João Lourenço.
Reportagem de Joana Zunguila
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