Considerado um dos decanos do jornalismo angolano, foi secretário-geral e um dos fundadores do sindicato da classe, e estava a trabalhar agora, com outros colegas, na realização de um congresso dos jornalistas angolanos, escritor, docente e membro do Conselho da República
Ismael Mateus Sebastião, natural de Bengo, província de Luanda e de 60 anos de idade, além de jornalista, foi conselheiro do Presidente da República, quadro da ENDIAMA, escritor e docente universitário.
Considerado um dos decanos do jornalismo angolano, Mateus trabalhou na Rádio Nacional de Angola, na Rádio Luanda Antena Comercial, entre outros, e nos últimos tempos era comentador na TV Girassol e colunista no Novo Jornal.
Na sua página, o Presidente da República disse ter recebido com profunda consternação "a notícia do trágico acidente que vitimou Ismael Mateus, ativo membro do Conselho da República e jornalista, radialista e escritor de grande gabarito".
João Lourenço destacou que "Angola perde um inteletcual que, na sua ação interventora na vida pública, sempre soube aliar um elevado sentido crítico com o civismo e o respeito pelas instituições democráticas" e com "essa postura responsável era um exemplo para as gerações mais jovens, que viam nele um mestre e um modelo a seguir".
Entre os colegas da classe, o também membro do Conselho da República e diretor do Novo Jornal, Armindo Laureano, afirmou que Ismael Mateus era "um jornalista de mão cheia e muito preocupado com esta profissão”.
A jornalista e presidente da Comissão de Carteira Ética (CCE), Luísa Rogério, assinaloiu que, “embora nunca tenhamos trabalhado na mesma redacção, eu sempre considerei Ismael Mateus o meu chefe de redação paralelo".
Ismael Mateus era também membro da União dos Escritores Angolanos.
Entre outras colaborações dispersas, publicou o seu primeiro livro “Bué de Bocas”, em 1992, mais tarde lançou “Ascensão e Queda de Bartolas Matias”, no ano 2000, por ocasião do 25º. Aniversário da Independência Nacional coordenou a coletânea de textos “Angola, a festa e o luto”, em 2001 publicou “Os tempos de YaKalaya”, no ano seguinte deu à estampa “Unita, que futuro?” e em 2003 publicou “Sobras de guerra”.
Ismael Mateus morreu no dia 30 de Setembro, vítima de acidente, na zona do Rocha Pinto.
Este Sábado, 5 de Outubro, Familiares, amigos, colegas e compatriotas o acompanharam até a sua ultima morada.