O economista sénior do Banco Mundial, Ricardo Gazel considera que a situação económica geral de Angola melhorou desde o último mês de Setembro. Num documento que elaborou com o titulo "Macro-Brief Outubro, 2009" , o especialista escreve que uma das causas é em primeiro lugar, o preço do petróleo que tem estado a recuperar.
O aumento da produção e do preço do petróleo resultaram em aumento das receitas fiscais do petróleo. Segundo o mesmo documento a receita média mensal duplicou em Agosto e Setembro em comparação com os três primeiros meses do ano, ajudando substancialmente a posição fiscal do Governo. No entanto o crescimento dos agregados monetários tem sido muito mais lento em 2009 em relação a 2008
As reservas internacionais líquidas estabilizaram e até mesmo cresceram ligeiramente nos últimos três meses (em Setembro as reservas registaram um aumento de 5,4% acima dos níveis de Junho)
A inflação análoga diminuiu ligeiramente em Setembro em comparação com Agosto e Julho. O principal motivo foi a pequena diminuição nos preços de alimentos em comparação com os dois últimos meses, Julho e em Agosto.
Segundo o "Macro-Brief Outubro 2009", o Conselho de Ministros angolano aprovou a liberalização dos mercados de refinação, armazenamento e distribuição de combustível, mas alguns analistas têm preocupações de que se tratam de um sinal de que o Governo aumentará os preços de combustível.
A evolução da economia angolana mostrará um abrandamento drástico este ano, crescendo apenas 0,2%, contra 13,2% em 2008, segundo as previsões de Outubro do FMI.
As mais recentes "Perspectivas económicas da África Sub-Sahariana" elaboradas pelo FMI indicam que os países exportadores de petróleo e países de rendimento médio da região sofreram o impacto da crise em maior medida.
Assim, depois de crescimentos de 20,3% em 2007 e 13,2% em 2008, o Produto Interno Bruto (PIB) de Angola deverá ter um crescimento real de apenas 0,2% este ano, com a retoma a surgir em 2010, com uma evolução de 9,3%.
Para o conjunto dos países exportadores de petróleo da região da África Sub-Sahariana (Angola, Camarões, Chade, Republica do Congo, Guiné Equatorial, Gabão e Nigéria) as previsões do FMI são de um crescimento real do PIB de 1,9% em 2009 e 5,5% em 2010.
Nos outros países de expressão portuguesa incluídos nestas previsões, realizadas até início de Outubro, as quebras no crescimento da economia são bastante inferiores.