O museu Regional do Dundo reabre hoje as portas ao público, sete anos depois do seu encerramento para obras de reabilitação e renovação, no âmbito das políticas do Executivo angolano, destinadas à revitalização e valorização do património cultural Nacional. A reabertura do museu reveste-se de enorme importância e expectativa, em particular entre os estudantes, agentes culturais e quadros que abraçam o mundo das artes, a julgar pela sua dimensão social, no contexto da preservação e divulgação dos hábitos e costumes da região Leste.
O Museu do Dundo é também apontado como uma mola impulsionadora do crescimento e diversificação da económica da província, pelo seu contributo no relançamento do sector turístico local, abrindo, assim, caminho para que a cidade do Dundo e outras circunscrições da Lunda-Norte, venham a ser visitadas por cidadãos nacionais e estrangeiros atraídos pela cultura Lunda tchokwe.
Outro destaque relacionado com a reabertura da instituição recai no incentivo a ser dado aos criadores locais, em especial os de artesanato, cujo esforço vai ser valorizado, no quadro da promoção do turismo cultural, com a exposição de peças por eles produzidas.
As obras de requalificação do museu, considerado por muitos um "gigante adormecido", tiveram início nos finais de 2007 e incidiram na reabilitação da estrutura interna e externa do seu edifício central, com realce para a renovação e modernização das salas de exposição, com a colocação de novas vitrinas, tendo em vista uma conservação apropriada das peças.
Além do material museográfico, o Ministério da Cultura desencadeou esforços que permitiram, junto dos técnicos portugueses contratados, a inventariação e classificação das peças expostas, assim como criar um novo cenário capaz de proporcionar ao museu um ambiente mais atraente para os seus visitantes. O acervo etnográfico do Museu Regional do Dundo está organizado em diferentes áreas, que descrevem o mosaico político e social, a vida quotidiana e doméstica da cultura dos Lunda tchowe, com destaque para a caça e a máscara Muquixe.
Além da biblioteca já existente, o museu tem uma nova estrutura, que inclui uma sala multimédia, para que os visitantes possam obter mais informações sobre a valorização, divulgação e produção científica da instituição e dos habitantes do Leste de Angola. O Museu do Dundo foi criado em 1948, pela então Companhia de Diamantes de Angola (Diamang), tendo em vista a recolha e classificação de peças que retratam os hábitos e costumes da região.
Até à altura da proclamação da Independência Nacional, em 1975, o Museu do Dundo contava com um total de 20 mil peças, sendo que no quadro do processo de renovação e modernização se calcula que o acervo seja constituído por dez mil artefactos.
Fonte: Angop
