A iniciativa, que começou às 11h00 e foi até ao final da tarde, juntou duas gerações de artistas num recinto que foi pequeno para o número de espectadores.
A luta do passado e a esperança de hoje num futuro melhor foram as principais tónicas do espectáculo da Paz em que as cores da Bandeira Nacional deram outra dimensão à festa.
O público, maioritariamente jovem, vestia camisolas brancas, a cor da Paz. Apesar do calor aplaudiu entusiasmado e cantou em uníssono com os artistas quase todos os temas.
O calor intenso foi a única nota negativa do espectáculo que chegou a provocar alguns desmaios entre o público ávido por ver e ouvir as estrelas, o que somente foi possível devido ao trabalho de técnicos e operadores som.
O espectáculo, apresentado por Sérgio Rodrigues e Dicla Burity, abriu com a Banda Maravilha, que acompanhou os primeiros artistas, mas também "soltou a voz" por Moreira Filho para conquistar os presentes.
A banda, que tem no mercado os discos "Angola Maravilha", "Semba Luanda", "Zungueira" e "As nossas palmas", é constituída por Moreira Filho, Marito Furtado, Chico Santos, Pirikas Duia, Miqueias e Isaú Baptista.
Os outros artistas convidados, especialmente os kuduristas, interpretaram os temas em playback.
Os consagrados
Depois da actuação da Banda Maravilha, Jivago foi o primeiro artista a actuar. Cantou "Avó Tete" e "Ramiro", ambos de sua autoria. No final da actuação, recordou que com a conquista da Paz definitiva "o país teve a oportunidade de dar passos significativos, rumo ao desenvolvimento".
Esta, disse, é a Paz que hoje permite transformar a música num veículo de sensibilização e formação do novo homem angolano.
Angola, realçou, evoluiu muito nos últimos 11 anos de Paz e hoje estamos todos unidos pelos mesmos ideais para a reconstrução do país. Já podemos cantar e exprimir aquilo que queremos sem ferir ou prejudicar ninguém.
A seguir, no meio de um mar de aplausos, subiu ao palco Elias Dya Kimuezo. Interpretou "Mona ndengue" e "Samba Makia".
Bangão, no seu estilo habitual, vestido com um fato brilhante, actuou a seguir. Cantou "Ka miúdo" e "Ka kixaka". No fim, pediu aos promotores e agentes culturais que continuem a apostar na juventude, por ser "a força motriz de qualquer sociedade". "Estamos a dar passos significativos no desenvolvimento de Angola. É o renascer de um país que viveu durante anos a amargura da guerra. Agora, tempo de reconstruir, precisamos de dar particular atenção aos futuros construtores da nação", salientou.
A nova vaga
Para justificar o legado e o empenho dos kotas, a nova geração de músicos também esteve em evidência. Paulo Matunina brindou o público com o seu kizomba "Desliza".
Com a entrada em cena destes novos intérpretes da música angolana, alguns casais arranjaram espaço para um pé de dança. "A união entre os músicos da nova e da antiga geração é importante por representar a passagem de testemunho de uma geração para a outra", lembrou.
Canícia, com o seu sucesso "Ye le le", foi outra das atracções. Para ela, o momento serviu também para "criar uma simbiose perfeita entre duas gerações de músicos".
Dada 2, Irmãos Almeida, As Afrikanas, Puto Português e sua banda, Maya Zuda, Rey Loy, Matias Damásio, Noite & Dia, Big Nelo, Sandra Cordeiro, Edmásia, Leo, Ary, C4 Pedro, Kueno Aionda, Heavy C, Edy Tussa, Anselmo Ralph, Yola Araújo, Zona 5, Yuri da Cunha e os Lambas também participaram no festival.