Morreu na madrugada deste Domingo aos 52 anos, vítima de doença o músico angolano Bernardo Jorge bangão.
O cantor e compositor Dom Caetano lamenta a morte de Bangão e recorda-se dos vários momentos, que partilhou o palco com Bangão.
Quem também já reagiu e com bastante nostalgia ao passamento físico de Bangão é o cantor e compositor Calabeto.
Em nota de condolências o ministério da Cultura considera que à sua morte significa um rude golpe para a cultura e a música angolana em particular.
Na nota lê-se ainda Bangão, uma das melhores vozes do Semba e defensor da música angolana de raiz, deixa um rico legado musical que deve ser valorizado e divulgado pela nova geração.
Com 36 anos de carreira, Bangão, exímio executante do estilo semba, que no suporte textual das suas canções apresenta narrativas autênticas de ocorrências do quotidiano angolano, pisou pela primeira vez um palco a 18 de Outubro de 1978, como elemento do grupo os Gingas.
Na sua carreira artística, passou pelo agrupamento “Tradição”, em 1974, que integrava, entre outros, Alaito (tumbas) e André Lua (voz).
Em 1996, venceu o prémio Liceu Vieira Dias, com o tema “Kibuikila” (Peste), acompanhado pela Banda Movimento. Em plena ascensão da carreira Bangão é convidado, em 1999, a fazer parte da Banda Movimento, sempre como vocalista.
No mesmo ano, ganhou a primeira edição do concurso Semba de Ouro, com a canção “Kangila” (pássaro agoirento) e afirmou-se como cantor e compositor de inequívocos créditos firmados.
O ano 2003 consagrou Bangão como um dos maiores intérpretes da música popular angolana. Neste ano, no Top Rádio Luanda, ganha os prémios da música do ano, com o tema “Fofucho”, voz masculina do ano e é reconhecido com o prémio preservação pela sua incessante defesa da música popular angolana.
Em 2005 venceu o Top dos Mais Queridos, da Rádio Nacional de Angola (RNA).
Nascido a 27 de Setembro de 1962, no bairro Brás, no actual distrito urbano do Sambizanga, em Luanda, Bangão integrou entre 1976 a 1977, como vocalista, o grupo Processo de África, com Guncha (tumbas), Artur Décimo (viola baixo), Alaito (bateria) e Abílio (viola ritmo).