Em comunicado, o IPI (Organização Mundial dedicada à promoção do direito à informação) realça que o Prémio Herói Mundial da Liberdade de Imprensa homenageia jornalistas que deram uma contribuição significativa para a promoção da liberdade de imprensa, particularmente em face de elevado risco pessoal.
Segundo o IPI, Rafael Marques, também activista dos direitos humanos, "tem enfrentado décadas de assédio e processos jurídicos ao revelar a corrupção e os abusos de direitos humanos em Angola", estando prevista a entrega do prémio a 22 de Junho próximo em Abuja, na Nigéria, durante o Congresso Mundial e a Assembleia-geral da instituição.
"É de facto um grande reconhecimento, pelo qual me sinto muito honrado e vem num momento em que estou precisamente a ser julgado por dizer a verdade, por tentar contribuir para que sejam corrigidos os casos de corrupção e os actos ilícitos que ocorrem muitas das vezes ao nível da administração pública", disse à agência Lusa, que o contactou telefonicamente em Luanda a partir de Lisboa.
Rafael Marques é o primeiro Herói Mundial da Liberdade de Imprensa do IPI de Angola, e o terceiro de língua portuguesa, depois do português Nuno Rocha e do brasileiro Júlio de Mesquita Neto.
Licenciado pela Goldsmiths, Universidade de Londres e pela Universidade de Oxford, Rafael Marques recebeu anteriormente o Prémio Allard para Integridade Internacional e o Prémio de Coragem Civil da Fundação Train, entre outros prémios.
Na edição de 2017, o galardão foi atribuído ao jornalista e bloguer etíope Eskinder Nega, que passou quase seis anos na prisão sob acusações fraudulentas de terrorismo, tendo sido libertado em Fevereiro deste ano.
O IPI é a mais antiga organização mundial dedicada à promoção do direito à informação, constituindo uma rede global de jornalistas e editores que trabalha para salvaguardar a liberdade de imprensa e promover a livre circulação de notícias e informação, bem como a ética e o profissionalismo.