Os dois primeiros produtores mundiais de petróleo, Arábia Saudita e Rússia, mais Venezuela e Catar, decidiram nesta terça-feira 16, em Doha, congelar a produção aos níveis de Janeiro para tentar estabilizar os preços do produto.
A cotação do barril registra queda constante nos últimos meses, provocada pelo excesso de oferta. O mercado, que esperava uma redução da produção, não reagiu bem ao anúncio.
A entrada em vigor da medida, anunciada após a reunião surpresa dos quatro países em Doha, é condicionada à adesão dos outros grandes produtores à iniciativa. "Com o objectivo de estabilizar os mercados petrolíferos, os quatro países decidiram congelar a produção ao seu nível de Janeiro, desde que os outros grandes produtores façam o mesmo", declarou aos jornalistas o ministro catariano do Petróleo, Mohamed Saleh al Sada. Ele acrescentou que a medida visa reequilibrar a economia mundial, afectada pela queda do valor do barril.
Os países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e os que não são membros do cartel (como é o caso da Rússia) manterão contactos intensivos para implementar o acordo, disse Saleh. O poderoso ministro saudita do Petróleo, Ali al-Nouaïmi, que é o actual presidente da Opep, diz que esse é apenas "o início de um processo que será avaliado nos próximos meses, para decidir se outras iniciativas serão necessárias." Até agora, a Arábia Saudita exclui qualquer redução da oferta para aumentar os preços.