O empréstimo do Banco de Desenvolvimento Chinês está avaliado em 2 mil milhões de dólares.
A linha de crédito servirá para a construção e conclusão de várias infra-estruturas em curso no país.
Até ao momento, são desconhecidos os termos fundamentais desse novo acordo jurídico, como o tempo de reembolso e a taxa de juros a ser aplicada a Angola.
A materialização do acordo vem pôr fim a especulações que apontavam para o financiamento, pela China, "de USD 11 mil milhões, destinado a pagar até 85 por cento do valor do contrato para a concepção, construção e acabamento do novo Aeroporto Internacional de Luanda".
O instrumento jurídico foi assinado pelo Ministério das Finanças de Angola e pelo Banco de Desenvolvimento da China, no quadro da visita de Estado do Presidente angolano, João Lourenço, que termina na quarta-feira, aqui na capital chinesa.
Este acordo surge num cenário económico adverso para Angola, que procura recuperar de uma forte crise económica e financeira, iniciada em Novembro de 2014, devido à queda do preço do barril de petróleo (principal mercadoria de exportação de Angola) no mercado internacional.
Desde essa altura, o país registou uma significativa diminuição das receitas, o que levou o Executivo a aprovar, em 2018, um Orçamento Geral do Estado com um défice do PIB estimado em 2,9 por cento, e grande parte das receitas destinadas ao pagamento da dívida.
Dados do Instituto Nacional de Estatística, divulgados pelo Jornal Expansão, apontam que, no primeiro trimestre de 2018, "a riqueza gerada em Angola recuou 2,2 por cento, face ao mesmo período de 2017".
Para contrapor os défices orçamentais e relançar a economia, as autoridades angolanas têm aplicado políticas económicas que passam por um maior controlo da banca e pela arrecadação de impostos, bem como por negociações com instituições internacionais.
Informações postas a circular nesta terça-feira, em Luanda, davam conta do interesse das autoridades angolanas de negociar um financiamento com o Fundo Monetário Internacional (FMI), cuja taxa de juros seria de aproximadamente 4 por cento.
A China, considerado o maior financiador estrangeiro de infra-estruturas angolanas, disponibilizou a sua primeira linha de crédito a Angola em 2002.
Estima-se que Angola tenha uma dívida acumulada com aquele país asiático (até ao ano de 2018), estimada em 23 mil milhões de dólares, segundo as autoridades angolanas.
Os empréstimos chineses destinaram-se à construção de inúmeras obras de infra-estruturas, como centrais de energia, estradas, pontes, hospitais e casas, incentivando o desenvolvimento económico e a melhoria da vida do povo angolano.
A propósito do novo financiamento chinês, o Presidente da República, João Lourenço, disse ao primeiro-ministro da China, Li Keqiang, que já foram identificados alguns projectos prioritários, para os quais pede a afectação de receitas do país asiático.