A decisão deste segundo corte na produção, cujo ajuste é de 3,02% para cada estado membro, foi adoptada na 175ª conferência da OPEP realiza nos dias 06 e 07 de Dezembro de 2018, em Viena, Áustria, resultado da queda dos preços com mínimos de 50 dólares registadas no período de Novembro e Dezembro, depois de ter atingido em Outubro os 85 dólares/barril.
Com este ajuste, ligeiramente superior aos 2,5% inicialmente acordados na reunião, Angola, com uma produção de referência de 1,528 milhões de barris/dia, poderá cortar 47 mil barris/dia, ao contrário dos 29 mil barris, o que implicará baixar a produção para um milhão e 481 mil barris/dia.
A medida, que terá uma duração de seis meses, devendo ser objecto de avaliação dos seus resultados em Abril (dois meses antes do prazo), tem como propósito reduzir o excesso de stock e o desequilíbrio entre a oferta e a procura.
Entre 2014 e 2016, a oferta de petróleo no mundo superou a procura em 1,5 milhões de barris/dia armazenados, quando na altura a oferta mundial aumentara a 5,8 milhões de barris/dia, enquanto a procura crescia apenas em 4,3 milhões de barris/ dia.
Até Julho de 2016, o excesso de stock comercial nos países industrializados alcançou um marco histórico em cerca de 403 milhões barris, número acima da média do quinquénio.
De Junho de 2014 a Janeiro de 2016, o preço de referência do cabaz da OPEP baixou 80 por cento, quase um trilião de dólares de investimento foi descontinuado e muitas empresas do sector foram à falência e cerca de 500 mil pessoas ficaram desempregadas.
Ao longo deste período, a OPEP fez várias consultas estratégicas a nível dos estados membros acerca do nível dos stocks, que tem uma influência directa sobre os preços praticados no mercado internacional.
Depois da queda do preço do crude no segundo semestre de 2014, com os mínimos históricos a atingir os 28 dólares, em 2016, os países da OPEP chegaram a um acordo em Viena para um primeiro corte na produção diária de petróleo de até 1,8 milhões de barris no primeiro semestre de 2017, visando impulsionar os preços mundiais do petróleo.
O acordo também foi apoiado por 11 estados não-membros da organização. No final de Maio de 2017, as partes concordaram estender o primeiro acordo até o final de Março de 2018.
A respeito do preço do petróleo no mercado internacional, o presidente da Sonagol, Carlos Saturnino, afirmou em Luanda, aquando da visita a Luanda, nos dias 17 a 19 de Dezembro de 2018, do secretário-geral da OPEP, Mohammad Barkindo, que o desejável em 2019 seria ver o barril entre 60 a 70 dólares.
Carlos Saturnino admitiu que nenhuma empresa petrolífera teria prejuízos se o preço se situasse nos 61 dólares.
Países produtores e não produtores entendem ser necessário encontrar-se um preço de equilíbrio que não ponha em causa o crescimento económico mundial.
A OPEP é responsável por mais de 40 por cento da produção mundial de petróleo, com uma média diária de 32,7 milhões de barris/dia.
Criada em 1960, em Bagdad (Iraque), a OPEP tem como países membros Angola, Argélia, Gabão, Guiné Equatorial, Líbia, Nigéria, Gabão, Venezuela, Equador, Arábia Saudita, Emirados Árabes, Irão, Iraque , Kuwait, Indonésia e Qatar, este último anunciou a sua retirada do Cartel, a partir deste mês de Janeiro.