A participação portuguesa na sociedade mineira de Lucapa, está à venda, mas a exploração está parcialmente paralisada por falta de fundos.
A queda significativa da produção e dos preços dos diamantes, a paralisação de projectos por falta de financiamento, salários em atraso e greves, marcaram o ano passado a actividade da Sociedade Mineira do Lucapa, empresa que é detida em 49% pelo Estado português através da Sociedade Portuguesa de Empreendimentos (SPE).
Os outros 51% são controlados pela empresa pública angolana Endiama. Esta participação faz parte da lista de 17 empresas que o governo quer privatizar até 2013. O ano passado a crise mundial castigou duramente o sector dos diamantes, em particular a operação em que o Estado nacional está envolvida.
O projecto do Lucapa foi afectado por várias greves na primeira metade do ano passado, na sequência do atraso no pagamento de salários, situação que não se verificava desde 2003. De acordo com as contas da SPE de 2009, esta exploração está em greve desde Janeiro desde ano, para reclamar o pagamento de salários em atraso, não tendo sido possível confirmar se a situação se mantém.
Os atrasos nos pagamentos chegaram aos fornecedores e levaram a um aumento do endividamento bancário, a ponto de no último quadrimestre de 2009 já não ter sido possível recorrer mais à banca.
O conselho de administração da SPE considera que será necessário um aporte (injecção) de fundos significativo para repor as condições de operacionalidade normal da Lucapa, só que isso depende do sócio angolano, maioritário.
