A V cimeira ordinária de chefes de estado e de governo da conferencia Internacional sobre a região dos grandes lagos teve início nesta quarta-feira em Luanda, com o objectivo de traçar estratégias com vista á paz segurança e establidade nessa sub-região de África de que fazem parte 12 Países.
Angola lança um desafio bastante importante para os doze países que fazem parte da comissão internacional dos grandes lagos: boa vizinhança para a paz regional.
O agora presidente deste órgão regional, o presidente Angolano, aponta ainda a necessidade de conter as guerras, a subversão e os conflitos étnicos. José Eduardo dos Santos lança mais atenção a questão do Sudão do sul, leste da RDC e a Republica Centro africana;
Na gestão de Angola, a vida social e económica dos doze países são bastante importantes na visão do presidente Eduardo dos Santos.
O combate a pobreza é uma forma de criar bases para acabar com os conflitos na região atravessada por vários lagos, a começar pelo lago Victória entre o norte do Congo, o Uganda, O Ruanda e a Tanzânia, tidas com as zonas mais voláteis do continente africano devido aos conflitos, mortes, tráficos de seres humanos e imigração ilegal. Esta zona tem ainda pesca ilegal e é bastante rica em recursos minerais.
O leme da liderança foi passado á angola pelo presidente do Uganda. Yoeri Musseveni que falou que as políticas de exclusão de alguns e tribos, levadas a cabo por alguns líderes, como Mobutu, estão na base da instabilidade na região dos grandes lagos, porque povos há que passaram a ser considerados como expatriados na sua própria terra.
Museveni referiu, a título de exemplo, aos hutus e tusis que, em muitos casos, foram expulsos das suas terras, acabando por fugir para países vizinhos, onde, naturalmente, reclamavam o direito a um espaço e a vida.
A propósito, manifestou-se contra a contínua manipulação dos povos para fins inconfessos, depois de ter feito uma avaliação das causas dos conflitos que continuam na região, apelando aos líderes políticos que se abstenham de arrastar os cidadãos para novas guerras e de transformar querelas políticas em militares.
Falou da necessidade de maior cooperação entre os povos e nações da região, promovendo a paz entre si, o aumento da riqueza e promovendo o desenvolvimento, bem como destacou a importância da construção de infra-estruturas, como estradas, linhas férreas e o ofrnecimento de electricidade, para permitir o crescimento económico.
Yoweri Museveni defendeu também a entrada de Moçambique e do Malawi na Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos por estarem historicamente ligadas a Costa Oriental e aos Grandes Lagos de África.
De nova York e de outras chancelarias ocidentes escalaram Luanda estadistas e outros dignitários. Mery Robson é irlandesa. Durante sete anos foi presidente daquele país. Dirigiu o departamento da ONU com a passagem de dois Secretários gerais.
Ao intervir na Sessão de abertura da V Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da CIRGL, Mary Robson salientou que se sente encorajada em trabalhar com o estadista angolano, na qualidade de presidente da Conferência, para a paz e desenvolvimento da região.
De igual modo, agradeceu ao Presidente do Uganda, Yoweri Museveni, pela liderança sustentável oferecida “durante um período muito difícil da história da região, particularmente em relação ao Diálogo de Kampala, entre o Governo da RDC e o movimento M23”.
Ainda neste contexto, exprimiu os seus agradecimentos ao presidente da RDC, Joseph Kabila, pelo empenho do seu Governo na implementação das decisões do Diálogo Kampala, bem como ao presidente do Rwanda, Paul Kagame, pelo seu apoio, até certo ponto oculto, durante os momentos difíceis durante o processo de Kampala.
A representante do secretário-geral da ONU realçou também a sua crença de que a solidez do quadro de paz e segurança na região depende do trabalho conjunto de todos os governos, para que se possa alcançar a paz, segurança, cooperação e desenvolvimento.
Neste sentido, reconheceu o grande empenho demonstrado, quer colectiva quer individualmente, pelas lideranças da região.
Disse ainda que com vontade política e liderança nenhum obstáculo é difícil de ser ultrapassado, apelando por isso aos líderes regionais a que estejam galvanizados no sentido de atacarem as ameaças à paz e segurança.
Para Mary Robson, ainda existe um longo caminho a percorrer no sentido da transformação da região dos Grandes Lagos numa zona de paz, segurança e estabilidades duráveis.
Por sua vez, o enviado especial da União Africana (UA) para a região dos Grandes Lago, embaixador Boubacar Diarra, manifestou, as autoridades angolanas e ao Presidente José Eduardo dos Santos, o apreço da Comissão desta organização pelo empenho em favor dos ideais da organização.
Boubacar Diarra disse não haver dúvidas de que a tradição de diálogo e concertação estabelecida por Angola se reflectirá na nova fase da CIRGL, cheia de promessas mas também de desafios.