Esta Quarta-feira arrancaram os trabalhos da Conferência Internaccional dos membros da Região dos Grandes Lagos(CIRGL).
A CIRGL foi criada após os conflitos políticos que marcaram a região dos Grandes Lagos, em 1994, cujo resultado marcou o reconhecimento da sua dimensão e a necessidade de um esforço concentrado para a promoção da paz e o desenvolvimento na região.
Angola, Burundi, República Centro-Africana (RCA), República do Congo, República Democrática do Congo (RDC), Quénia, Uganda, Rwanda, Sudão, Sudão do Sul, Tanzânia e a Zâmbia integram este órgão regional.
George Chikoti acrescentou que a presidência angolana da organização tem procurado imprimir novo dinamismo na vida da organização, com a realização de reuniões e outras formas de contactos tendentes a materializar os programas e objectivos essenciais assumidos de forma consensual pela organização.
Recordou que durante a sua investidura no cargo de presidente em exercício da organização, em Janeiro de 2014, o estadista angolano, José Eduardo dos Santos, apresentou três grandes domínios de actuação da Agenda de Angola.
No plano político, acrescentou, o país comprometeu-se a implementar Pacto sobre a Paz, Estabilidade e Desenvolvimento da Região dos Grandes Lagos e do Acordo Quadro para a RDC e a região, e todos os outros compromissos assumidos.
Isto, explicou, inclui a promoção da confiança entre os presidentes dos países membros e a sua mútua colaboração na busca da paz e estabilidade na RCA e no Sudão do Sul.
Já no plano económico, social e do desenvolvimento regional, disse que Angola comprometeu-se e tem vindo a envidar esforços para promover o intercâmbio comercial entre os distintos países, promover a troca de experiência nos domínios administrativos, da gestão macroeconómica, do combate à fome e à pobreza e às grandes endemias, do aumento do emprego e da cooperação nos sectores da economia para apoiar a estratégia de diversificação das economias.
Por sua vez, no campo da defesa e segurança, disse o ministro, o país comprometeu-se e prossegue com a promoção da gestão conjunta da segurança das fronteiras comuns da cooperação sobre questões gerais de segurança, incluindo o combate ao tráfico de seres humanos, à imigração ilegal, à exploração ilícita e pilhagem de recursos naturais e à proliferação ilegal de armas ligeiras, a prevenção e combate às actividades criminosas transnacionais e ao terrorismo.
O ministro Chikoti referiu ainda que, infelizmente, o encontro acontece num momento em que se registam ainda conflitos na RCA e no Sudão do Sul.
Para o ministro, estes acontecimentos revelam os desafios que a organização continua a enfrentar para cumprir os objectivos preconizados pelo Pacto de Nairobi e pela Declaração de Dar-es-Salaam.
Acrescentou que a permanência de conflitos nesses países, que obrigam a várias iniciativas do presidente em exercício da CIRGL, deve também conduzir ao aumento da consciência de que se torna cada vez mais necessária uma coesão e coordenação das acções no âmbito do Mecanismo Alargado de Verificação Conjunta, incluindo a sua saúde financeira.
Referiu que esta constitui uma componente importante para a concretização dos objectivos a alcançar na CIRGL.
Salientou que esta abordagem é extensível aos outros programas e fóruns da CIRGL, que continuam a reclamar por melhores condições financeiras.
Sublinhou a necessidade de ser ultrapassada a situação corrente, relativa aos atrasos no pagamento das contribuições financeiras por vários estados membros, uma problemática que tem vindo a inviabilizar a execução de muitas tarefas previstas no plano de acção da organização.