Isabel dos Santos voltou a falar a um órgão de comunicação, desta vez a empresária angolano falou sobre a situação da corrupção em Angola e as motivações que a levaram a Sonangol.
Em entrevista a RTP3 a filha do ex-presidente da república foi questionada sobre a possibilidade de avançar com a sua candidatura as presidenciais em Angola.
"Eu farei tudo o que terei de fazer para defender e prestar os serviços à minha terra, ao meu país", disse Isabel dos Santos nesta entrevista. Questionada sobre se isso incluiria vir a ser candidata presidencial em determinado momento, respondeu: "é possível".
Isabel dos Santos admite ser candidata à presidência de Angola. A empresária e filha do antigo presidente José Eduardo dos Santos considera que está a ser objecto de perseguição judicial em Luanda para ser neutralizada politicamente. O Tribunal de Luanda arrestou as suas contas bancárias e as suas participações em empresas por considerar que os seus negócios prejudicaram o Estado mais de mil milhões de euros. Victor Gonçalves entrevistou Isabel dos Santos em Londres.
Na entrevista à RTP, Isabel dos Santos respondeu às questões sobre alegadas irregularidades empresariais e vantagens de que terá beneficiado fruto da sua relação de privilégio com o chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos, seu pai. Em causa estão financiamentos para participações empresariais com dinheiros públicos que terão permitido a aquisição de empresas e participações em negócios fora de Angola, nomeadamente a empresa suíça De Grisogono – Joalharia de Luxo, que estava falida, e na Galp.
Rejeitando qualquer irregularidade relativamente a estes financiamentos, Isabel dos Santos vê antes o processo de que é actualmente alvo na Justiça angolana como uma forma de “neutralização de futuros candidatos políticos”.
A empresária fala numa procura de eliminação de figuras que podem vir a ter protagonismo no futuro de Angola, nomeadamente no futuro político do país. No final da entrevista à RTP, Isabel dos Santos admite como possível concorrer ao lugar que durante 38 anos foi ocupado pelo seu pai.
É a primeira vez que Isabel dos Santos admite esta possibilidade. Até aqui, considerava que a família dos Santos não era uma dinastia política e que a sua vida eram os negócios e as empresas, mas a situação judicial em que se encontra poderá colocar este cenário em cima da mesa.
As próximas eleições presidenciais em Angola estão agendadas para 2022. Se esta vontade se concretizar, poderemos ter um confronto político até há pouco fora das cogitações mais atrevidas: a herdeira do antigo Presidente contra João Lourenço, o rosto do novo poder.