Os Presidentes de Angola, João Lourenço, da República Democrática do Congo (RDC), Félix Tshisekedi, e do Rwanda, Paul Kagame, encontraram-se este Domingo, em Luanda, para uma Cimeira Tripartida que visa fazer avançar as negociações para o estabelecimento de uma paz definitiva no Leste da RDC, uma região marcada por interesses económicos e estratégicos conflituantes.
A iniciativa é do Presidente angolano, João Lourenço, a quem a União Africana (UA) confiou a missão de mediador no esforço para resolver a crise política e diplomática entre o Rwanda e a RDC.
Recentemente, os chefes das diplomacias da RDC, Thérèse Wagner, e do Rwanda, Olivier Nduhungirehe, aprovaram, em Luanda, um documento estratégico, o Conceito de Operações (C0N0Ps), que orienta o Plano Harmonizado para a neutralização das Forças Democráticas de Libertação do Rwanda (FDLR). Este documento, que resultou da Sexta Reunião Ministerial sobre o processo de paz, será crucial para o desengajamento das forças rebeldes e para a estabilização do cenário de segurança naquela região volátil da RDC.
A Cimeira ocorreu num momento crítico, após os avanços das negociações sobre o acordo de paz proposto pelo Presidente João Lourenço em Agosto deste ano. A agenda do encontro está centrada na aprovação de medidas estratégicas e no alinhamento de pontos pendentes para fortalecer a cooperação bilateral e regional, com vista a uma solução duradoura para o conflito no Leste da RDC.
João Lourenço, optimista, expressou, em visita à África do Sul, a esperança de que esta reunião possa culminar na assinatura de um acordo de paz entre os dois países vizinhos. O Presidente da República reafirmou o compromisso de Angola ser um actor-chave na diplomacia regional, especialmente nos desafios que envolvem a estabilidade da Região dos Grandes Lagos.
A Cimeira também reforçou o papel de Angola na facilitação do diálogo político-diplomático entre o Rwanda e a RDC, um esforço crucial para a paz e segurança na região, que, desde Julho, já conta com um acordo de cessar-fogo assinado entre a RDC e o movimento rebelde M23, apoiado pelo Governo rwandês.