Que fazer para salvaguardar a estabilidade politica, face a indefinição da data das eleições presidenciais?
O principal debate em Angola continua a ser o modelo de eleição do presidente da república. A discussão centra-se entre eleições directas, defendidas pela oposição e sociedade civil; ou eleições presidenciais indirectas, descritas hoje como atípicas pelo chefe de estado JES e alguns sectores do MPLA.
Dissemos alguns sectores, porque ainda não houve um pronunciamento geral do partido no poder em como este modelo foi legitimado pelas bases e demais hostes do maioritário.
É dado adquirido de que o MPLA deve iniciar em breve uma discussão generalizada sobre o a forma de eleição do presidente da república, junto dos militantes de base e nas províncias. Depois haverão, segundo o MPLA, explicações aos partidos da oposição e a sociedade civil e as suas organizações e sectores.
O MPLA diz que esta é a forma de procurar consensos sobre este importante tema, sem, claro, qualquer imposição directa ou indirecta.
Mas enquanto há esta discussão, o país parece ter se esquecido da necessidade de se cumprir com o calendário eleitoral, depois de no ano passado termos ouvido falar da realização das presidenciais este ano. Com estas eleições poderemos assim, finalmente, concluir o ciclo de normalização das instituições angolanas.
Sendo a presidência da republica um órgão da mais alta importância, o que dizer da necessidade de haver harmonia, normalização e um funcionamento cabal desta instancia?