Começou no passado dia 15 de Outubro o mais novo ano legislativo. E sabemos nós que esta é uma soberana ocasião para que na casa dos eleitos os mais variados temas e problemas nacionais sejam discutidos e analisados.
Durante a sessão de abertura, alguns discursos indicaram já os temas que podem dominar os próximos encontros parlamentares. A futura constituição para ser o assunto que muitos querem ver já resolvido mas antes há a batata quente da clarificação do calendário eleitoral para as presidenciais, até agora sem data marcada. Como irão os deputados angolanos resolver essa questão pelo povo e segundo a sua vontade? Esperamos que aqui nos estúdios alguém nos responda. A situação com s dois Congos também deve merecer a atenção dos parlamentaristas.
Aos deputados, trabalho não falta. E pensamos nós que neste e noutros anos, tem de surgir a oportunidade de se debater, questionar e apontar os problemas sociais da população. O governo tem de ser chamado a justificar a de falta de água, luz, escola e habitação aos angolanos. As políticas sociais devem ser analisadas tendo no centro, o homem angolano.
Há um ano com novo parlamento e há 7 anos em paz, publicamos nos últimos dias dois relatórios que nos podem ajudar a ver quão longe Angola continua na busca do bem-estar.
O nosso país é, segundo a “Repórteres sem fronteiras”, um dos mais opressores em termos de liberdade de imprensa. Já para não falar do relatório de Desenvolvimento Humano 2009 das Nações Unidas, onde Angola tem um dos piores índices de desenvolvimento social. No nosso país o fosso entre ricos e pobres é dos mais acentuados, não é que precisasse vir em relatórios essa informação que nós tão bem conhecemos e cuja realidade não é alheia a muitíssimos de nós.
Os anos de experiencia enquanto cidadãos mostram-nos que o Parlamento tem de melhorar a sua monitoria ao governo. A sua função fiscalizadora tem de ser mais eficaz para que a população veja determinados resultados. Pensamos nós também que a maioria não esta no parlamento e sim do lado de fora, onde milhares de angolanos suplantam os assentos da casa das leis e vivem diariamente a dificuldade de não ter uma rede de transporte publica eficaz, hospitais condignos, escolas com qualidade, emprego, casa ou até mesmo planos e projectos com os quais possa sonhar com um futuro melhor.
A missão do deputado é ser o porta-voz de quem nele depositou a sua confiança e não, deixar sem esperança quem um dia nele esperou poder vir a ajudar a resolver os seus problemas.