O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, visita Angola nos dias 26 e 27 deste mês, para analisar com as autoridades angolanas assuntos ligados ao país e à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). A confirmação foi feita pelo ministro das Relações Exteriores, ontem, quando deixava Lisboa de regresso a Luanda.
Na qualidade de líder da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, em regime rotativo, o Governo de Angola vai aproveitar a oportunidade para examinar com Ban Ki-moon a possibilidade de o Português ser introduzido como língua de trabalho nas Nações Unidas.
O ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti, afirmou que, com a visita de Ban Ki-moon a Angola, muitos aspectos da cooperação vão ser analisados e recordou que o país coopera há muitos anos com as Nações Unidas. "Damos muita importância a esta visita, na medida em que temos algumas preocupações importantes a colocar", referiu, sem avançar mais pormenores.
Depois da inauguração da nova sede da CPLP, 15 anos depois da sua criação, a hora é de balanço e nesse sentido Georges Chikoti afirmou que a jornada foi positiva. "Acabámos de cumprir uma etapa importante com a inauguração da sede da CPLP, que dá um novo impulso à organização, o que vai permitir que seja capaz de materializar o que não conseguiu por causa das instalações", disse, sublinhando que uma das prioridades é lutar para que a organização se torne mais visível a nível das instâncias internacionais.
O ministro falou igualmente do acordo ortográfico e disse que decorre em Luanda, em Março, uma reunião dos ministros da Educação, onde a questão vai ser debatida e, provavelmente, assinado um protocolo adicional sobre o acordo ortografico. "Isso vai facilitar esses países, porque é já consenso que a CPLP tem especificidades no que toca a língua. Os angolanos falam português de uma maneira, os moçambicanos de outra maneira e os brasileiros e guineenses também de outra", notou Georges Chikoti.