Apesar dos esforços feitos para erradicar a poliomielite em Angola, as deficientes condições de saneamento básico estão na origem do aparecimento de novos casos, reconheceu, ontem, no Cazenga, em Luanda, o ministro da Saúde, José Van-Dúnem, que realçou que é possível libertar o país do vírus da poliomielite mas com o contributo de todos.
Ao intervir no acto central que marcou o arranque das primeiras jornadas de vacinação contra a poliomielite, em 2011, José Van-Dúnem disse que as poças de água e as condições deficientes de saneamento explicam as razões por que o vírus da pólio ainda circulou no ano passado e reafirmou a necessidade de se fazer uma campanha com qualidade, com a intervenção dos profissionais da Saúde, pais e encarregados de educação para que nenhuma criança perca a oportunidade de ser vacinada.
"O Ministério da Saúde e os parceiros internacionais têm feito o necessário para libertar o país e, particularmente, as crianças de contrair a paralisia infantil", assegurou o ministro da Saúde.
José Van-Dúnem lembrou que no ano passado foram notificados 33 casos de poliomielite no país, dos quais onze em Luanda, e manifestou esperança de que a mudança de estratégia na luta contra a doença possa trazer bons resultados. "Mesmo diante das dificuldades temos de aproveitar a ocasião para transformar as jornadas de vacinação numa festa", declarou o titular da pasta da Saúde.
Este ano, a campanha está a ser realizada em moldes diferentes das anteriores, uma vez que as administrações municipais passam a coordenar as acções na sua área de jurisdição, enquanto as direcções provinciais da Saúde ficam com a coordenação metodológica.
Em Luanda, a campanha de vacinação contra a poliomielite prevê vacinar, até domingo, perto de um milhão e 600 mil crianças menores de cinco anos de idade.