O director regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para África, Luís Gomes Sambo, afirmou hoje que, apesar de os estados membros terem adoptado quase universalmente a estratégia "travar a tuberculose", a implementação plena da mesma continua a ser fraca.
Numa mensagem alusiva ao Dia Mundial da Tuberculose (24 de Março), refere que 49 porcento dos casos estimados são detectados anualmente, tendo em 2008 12 países da região atingido a meta internacionalmente recomendada de detecção de pelo menos 70 porcento de novos casos.
"A região não dispõe de um controlo total dos tratamentos, sendo que apenas 13 países atingiram os 85 porcento de finalização do tratamento seguindo a terapia recomendada", disse.
Gomes Sambo refere que o relatório mundial da OMS de controlo da tuberculose de 2010 indica que a região africana (representa apenas 12 porcento da população mundial) registou 23 porcento do total de casos notificado a nível mundial.
Alertou que o fardo elevado de casos está ligado ao surgimento de novos desafios, como co-infecções TB/VIH e a TB multiresistência aos medicamentos.
Indica que a ocorrência da co-infecção TB/VIH e de formas da doença resistente aos medicamentos complica o controlo da doença na região, em media 35 porcento do total de doentes de TB na região estão infectados pelo VIH.
Referiu que os principais obstáculos que não permitem acelerar a intensificação das actividades de controlo incluem a inexistência ou a inadequação das unidades de saúde para realizar teste e diagnósticos rápidos e precisos nas comunidades.
O plano mundial para travar a TB 2011-2015 define novas metas para o controlo da doença, transformando o combate contra TB numa luta para eliminar a doença e que exige medidas específicas a tomar, tanto pelos países, quanto pelas instituições pública e privadas e outros interviestes no combate à doença.
Gomes Sambo disse serem necessárias acções inovadoras para lidar com os contínuos desafios da TB. "As inovações são necessárias no desenvolvimento de novas vacinas e no incremento dos testes de diagnósticos rápidos, para reduzir o risco de transmissão da doença.
Além de uma necessidade urgente de estratégias que reforcem os sistemas de saúde e envolvem todos os prestadores de cuidados de saúde no tratamento da TB e melhorar o acesso aos cuidados de saúde em geral.
A OMS e os parceiros estão a apoiar a investigação para o desenvolvimento de novos instrumentos de diagnósticos e medicamentos para acelerar identificação de casos e encurtar a duração do tratamento.
A OMS vai apoiar os países a adaptarem o novo teste rápido, que combina os diagnósticos num único teste.
A organização está a apoiar a introdução de cursos de formação sobre a TB em universidades e instituições de ensino superior da região.
Gomes Sambo apelou às autoridades nacionais que reforcem as parcerias para travar a tuberculose, de modo a poderem mobilizar recursos adicionais para o controlo da doença, provenientes dos governos e sectores privados.