Esta sexta-feira o país comemora o 4 de Janeiro dia da revolta dos indígenas contra a opressão colonial na Baixa de Kassanje.
Passados cinquenta e dois anos o local não tem nenhum monumento historico apesar das promessas do primeiro presidente, António Agostinho Neto e do executivo actual em construir uma vila residêncial e um memorial.
A revolta da Baixa de Cassange nos anos 60, deu início à luta dos angolanos pela dignidade no seu próprio país, incentivando o povo à sublevação na defesa dos seus direitos.
A afirmação é do historiador angolano, Felipe Vidal, que falava nesta sexta-feira à Angop, a propósito do 4 de Janeiro, Dia dos Mártires da Repressão Colonial, que se assinala hoje.
"Esta data reveste-se de grande importância, tendo em conta tratar-se de um momento crucial da história de Angola, em que os agricultores que trabalhavam na multinacional luso-belga denominada Cotonang, revoltaram-se contra as condições precárias de vida em que eles eram submetidos", explicou.
Segundo disse, a revolta dos agricultores contra os maus tratos demonstrou a coragem dos angolanos e a possibilidade de, pela primeira vez nos anos 60, lutarem pela dignidade e liberdade.
Frisou no entanto, que a revolta dos agricultores teve como grande causa, a defesa dos altos padrões da dignidade humana.
Neste contexto, apelou à juventude a seguir os exemplos dos grandes líderes e nacionalistas, que sempre defenderam a justiça social.
Realçou ainda, que a juventude deve estar preparada para assumir as suas responsabilidades perante a história de Angola, aplicando-se na consecução dos seus objectivos, direitos e deveres perante a pátria.
“É necessário continuarmos a pautar pela justiça social, amor ao próximo, saber partilhar as riquezas do país e sobretudo a ter uma consciência de partilha nacional”, acrescentou.
A 4 de Janeiro de 1961 foram assassinados camponeses dos campos de algodão da Baixa de Cassanje, na província de Malanje, porque se opuseram aos reduzidos preços na compra do algodão pelos fazendeiros e a companhia majestática, Cotonang.
A reivindicação dos camponeses foi repelida com um bombardeamento da Força Aérea Portuguesa, tendo vitimado milhares de pessoas.
A Baixa de Cassanje compreende as aldeias de Cambo Sunginge, Zungue, Kanzage, Wholo dia Coxi, Santa Comba, Mulundo, Teca dia Kinda, Xandel, Moma, Iongo Milando e Massango (Forte República) nos municípios de Cahombo, Marimba, Cunda dia Baze e Quela.
Fonte:Angop