Os comboios começaram desde ontem a chegar à estação central de Luanda, no Bungo, 19 anos depois de paralisação total. Na viagem inaugural esteve presente o director comercial do Caminho-de-Ferro de Luanda (CFL), Isaac Mateus, e as equipas de reportagem dos órgãos de comunicação social.
A composição inaugural saiu do Bungo às 12h30 horas e chegou à estação de Viana às 13h40. As passagens de nível do percurso ainda não estão todas operacionais e a viagem foi feita com os cuidados necessários, para evitar acidentes.
Na estação de Viana, os técnicos do Caminho-de-Ferro de Luanda apresentaram o parque de estacionamento que quando concluído tem capacidade para 700 carros. Isaac Mateus explicou que “os proprietários das viaturas vão ter parque gratuito, basta apresentarem o bilhete de passagem do comboio”. O parque de estacionamento é fundamental para retirar trânsito automóvel do centro de Luanda. Os utentes do comboio têm um parque guardado onde podem deixar as suas viaturas particulares e depois tomam o comboio que os deixa no centro da cidade de Luanda.
O comboio entre a estação central do Bungo e a estação de Viana vai fazer dez viagens por dia. O primeiro comboio chega ao centro de Luanda às 7h40, o segundo às 7h00, o terceiro às 9h00, o quarto às 10h55, o quinto às 11h45. No período da tarde, a primeira composição chega ao Bungo às 13h41, o sexto comboio chega às 14h30, o sétimo às 16h28, o oitavo às 17h30. As outras duas viagens vão reforçar os sábados e chegam ao Bungo às 18h00 e o último chega às 19h00.
Segundo Angop, o comboio do Bungo para Viana é uma composição “combinada” porque tem duas classes de carruagens, uma suburbana normal, que custa 30 kwanzas entre Viana e o Bungo. A outra é a carruagem expressa que custa 200 kwanzas e leva apenas 52 passageiros, com todo o conforto. Com a nova estação do Bungo, o Caminho-de-Ferro de Luanda tem a perspectiva de transportar por dia sete mil passageiros, disse Isaac Mateus.
A estação central do Bungo foi reabilitada. Os trabalhos respeitaram a traça original já que se trata de um edifício que é património cultural de Luanda e um exemplar único da arquitectura ferroviária. Com a abertura do troço entre a Textang e o Bungo, ficou reposto todo o canal ferroviário entre Luanda e Malange.