Hoje, 21 de Fevereiro assinala-se o dia internacional da língua materna.
A data foi proclamada pela UNESCO a 17 de Novembro de 1999, e é comemorada desde Fevereiro de 2000 com o objectivo de promover a diversidade linguística e cultural.
A língua materna e aquela que aprendemos no meio em que nascemos, aquela que muitos linguistas dizem que ate não aprendemos, mas sim temos como inata. Há inclusive, casos onde desenvolve se duas línguas maternas; quando a criança é criada em um meio onde usa-se ainda o idioma falado pelos avos imigrantes por exemplo.
Ora a língua materna é, sem dúvida, aquela que se domina melhor, no sentido de uma valorização subjectiva que o indivíduo realiza relativamente às línguas que conhece. Também se trata da língua adquirida de forma natural, através da interacção com o meio envolvente, sem intervenção pedagógica e sem uma reflexão linguística consciente.
A habilidade na língua materna é imprescindível para a aprendizagem posterior, uma vez que constitui a base do pensamento. Por outro lado, uma desenvoltura incompleta na língua materna dificulta a aprendizagem de segundas línguas.
Quando por exemplo ingressamos na escola, o primeiro objectivo que temos e aprender a ler e a escrever, mas já dominamos oralmente a nossa língua materna construindo frases complexas e somos capazes de nos comunicar com qualquer pessoa que fale a mesma língua.
Em presença de mais um aniversário do dia internacional da língua materna saímos a rua para desafiar alguns citadinos de Luanda a comunicarem nas suas respectivas línguas maternas
A data foi instituída em 1999, pela 30ª Sessão da Conferência Geral da UNESCO, com o objectivo de promover a diversidade e desenvolver uma consciência maior das tradições linguísticas e culturais baseadas na compreensão e no diálogo.
E no âmbito da necessidade do resgate e valorização das línguas nacionais enquanto património cultural de Angola, a Direcção provincial da Cultura no Huambo, garante que estão criadas as condições para a constituição de uma academia de Língua Umbundu no planalto central, a confirmação vem do director provincial da Cultura no planalto central Pedro Tchissanga.
O Historiador Festo Sapalo diz que a valorização das línguas nacionais, como elemento fundamental para conservação da identidade cultural do povo angolano, passa acima de tudo por um trabalho conjunto, onde o contributo dos músicos é dispensável. É neste sentido que o antigo Director do Museu Regional do Huambo dirige o seu apelo.
Os pais e encarregados de educação, bem como os músicos angolanos têm um papel importante a desempenhar em prol das línguas nacionais, como património cultural angolano, na medida em que devem difundir os valores da cultura.