Cancro infantil é ameaça crescente no mundo mundo

Cancro infantil é ameaça crescente no mundo mundo

O cancro infantil está a aumentar nos países pobres, onde ocorrem 94 por cento das mortes de crianças provocadas por tumores, revela um estudo, que atribui a alta mortalidade à ausência de tratamento adequado.

“A dura realidade é que o acesso ao tratamento é muito fraco nos países de médio e baixo rendimento. Uma percentagem desconhecida de crianças com cancros potencialmente curáveis nunca recebe tratamento - nem sequer tratamento paliativo - e muitos dos que recebem algum tratamento morrem apesar disso”, diz um dos autores do estudo, Ian Magrath, da Rede Internacional para o Tratamento e Investigação do Cancro, na Bélgica.

Publicado na revista científica “Lancet Oncology”, o estudo, que reuniu alguns dos maiores especialistas em cancro do Mundo, sublinha que o cancro infantil, outrora considerado uma doença de países ricos, é cada vez mais uma ameaça nos países em desenvolvimento.

Segundo estimativas recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), citadas no estudo, o cancro mata, anualmente, cerca de 100 mil crianças antes dos 15 anos em todo o Mundo, 94 por cento das quais morrem em países de baixo rendimento.

Segundo J.A. Os cientistas, a falta de sensibilização para o cancro infantil e a ausência de serviços de saúde básicos em alguns países levam a que muitas crianças apareçam com cancros em estado avançado. Os médicos nestes países, frequentemente, não são formados para diagnosticar o cancro e vêem muito poucos casos de cancro infantil ao longo da sua carreira. Além disso, o tratamento é muitas vezes pobre ou inexistente, ou demasiado caro para os pacientes.

Em África, exemplificam os autores, a proporção de cancros que ocorrem em crianças é 12 vezes maior do que na Europa, mas 80 por cento das pessoas no continente africano não têm acesso a radioterapia, cirurgia oncológica ou mesmo às infra-estruturas necessárias para os cuidados oncológicos básicos.