O director Regional da Organização Mundial da Saúde para África, Luís Gomes Sambo, considerou que a tuberculose continua a causar o sofrimento de muitas pessoas, embora estejam disponíveis medidas eficazes de controlo da doença em todo mundo.
De acordo com a mensagem de Luís Gomes Sambo entregue hoje, sexta-feira, à Angop, por ocasião do dia 24 de Março, Dia Mundial de Luta contra a Tuberculose, a tuberculose continua a ser um grande problema de saúde pública na região africana.
Na região africana registou-se 26 porcento dos casos notificados de tuberculose em todo mundo em 2011.
Segundo o documento, calcula-se que a doença tenha vitimado mais de meio milhão de pessoas na Região Africana e que apenas 62% dos casos de tuberculose existentes tenham sido detectados durante esse ano.
"A situação é agravada pela ameaça da tuberculose resistente aos medicamentos e da tuberculose resistente a múltiplos fármacos, que continuam a ser um grave problema e a complicar ainda mais o tratamento da doença", descreve.
Acrescenta que a epidemia da tuberculose em África deve-se, principalmente, a factores relacionados com à pobreza e os efeitos negativos da co-infecção desta doença e o VIH.
As pessoas que vivem com o VIH, prossegue, são mais susceptíveis do que outras a contraírem a "TB".
Segundo o Relatório Mundial sobre a Tuberculose, de 2012, 46% das pessoas que em 2011 tinham essa doença eram também portadores do VIH e, infelizmente, apenas 46% destas receberam a terapêutica anti-retroviral recomendada pela OMS.
Avançou que um aspecto positivo a registar nos últimos cinco anos é que os países africanos têm utilizado cada vez mais novos métodos de detecção rápida que reduzem significativamente o atraso no diagnóstico e aumentam a detecção de casos de tuberculose.
Em resultado, a tendência crescente de casos de TB foi interrompida, com a melhoria da taxa de êxito do tratamento. Do mesmo modo, a taxa de mortalidade e o número de pessoas que não completam o tratamento da doença continua a diminuir.
A despeito destas realizações, Luís Gomes Sambo diz que não há lugar para complacências, pelo que avança a importância do diagnóstico precoce como a forma mais eficaz de prevenir a propagação da doença.
Aconselha-se qualquer pessoa com tosse persistente por mais de duas semanas a procurar assistência médica.
"Travar a TB no nosso tempo de vida vai exigir que os Governos e os parceiros do desenvolvimento aumentem e mantenham os compromissos financeiros e políticos para o seu controlo", sublinhou.
Para Luís Gomes Sambo, é essencial garantir que todos possam ter acesso aos serviços de prevenção e tratamento da TB em todos os países da Região, assim como o contínuo estabelecimento das parcerias estratégicas sólidas entre Governos, comunidades,
organizações bilaterais e multilaterais e o sector privado para combater o flagelo desta doença pulmonar.
Neste ano de 2013, o dia "24 de Março" será assinalado sob lema "Travar a TB no nosso tempo de vida".