Assinala-se hoje domingo, 24 de Março, o Dia Mundial de Luta contra a Tuberculose, instituído com o objectivo de chamar a atenção da sociedade sobre um dos maiores problemas de saúde pública do mundo.
A data, instituída em 1982 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela União Internacional contra a Tuberculose e Doenças Pulmonares (International Union Agaist Tb and Lung Disease-IUATLD), visa igualmente intensificar os esforços no controlo desta doença.
O 24 de Março recorda o dia em que o Médico Robert Kosch detectou o bacilo da tuberculose, em 1882, doença incluída entre as prioridades da OMS, como parte do objectivo geral – acções para uma vida mais saudável.
Entre as metas do milênio (Millennium Development Goals – MDG) está a redução à metade da incidência e da mortalidade por tuberculose até 2015 e, como meta a longo prazo, eliminar a TB como problema de saúde pública até o ano 2050.
Por ocasião da data, que este ano se comemora sob o lema "Travar a TB durante o nosso tempo de vida", o director regional da OMS para África, o angolano Luís Gomes Sambo, apelou às autoridades nacionais e aos parceiros do desenvolvimento para que reforcem a prevenção e as iniciativas de controlo da Tuberculose (TB) na Região para se deter o curso desta epidemia.
De acordo com a mensagem de Luís Gomes Sambo, por ocasião do dia 24 de Março, Dia Mundial de Luta contra a Tuberculose, a tuberculose continua a ser um grande problema de saúde pública na região africana.
Na região africana registou-se 26 porcento dos casos notificados de tuberculose em todo mundo em 2011.
Segundo o documento, calcula-se que a doença tenha vitimado mais de meio milhão de pessoas na Região Africana e que apenas 62% dos casos de tuberculose existentes tenham sido detectados durante esse ano.
"A situação é agravada pela ameaça da tuberculose resistente aos medicamentos e da tuberculose resistente a múltiplos fármacos, que continuam a ser um grave problema e a complicar ainda mais o tratamento da doença", descreve.
Acrescenta que a epidemia da tuberculose em África deve-se, principalmente, a factores relacionados com à pobreza e os efeitos negativos da co-infecção desta doença e o VIH.
As pessoas que vivem com o VIH, prossegue, são mais susceptíveis do que outras a contraírem a "TB".
Avançou que um aspecto positivo a registar nos últimos cinco anos é que os países africanos têm utilizado cada vez mais novos métodos de detecção rápida que reduzem significativamente o atraso no diagnóstico e aumentam a detecção de casos de tuberculose.
De acordo com Angop, em resultado, a tendência crescente de casos de TB foi interrompida, com a melhoria da taxa de êxito do tratamento. Do mesmo modo, a taxa de mortalidade e o número de pessoas que não completam o tratamento da doença continua a diminuir.
A despeito destas realizações, Luís Gomes Sambo diz que não há lugar para complacências, pelo que avança a importância do diagnóstico precoce como a forma mais eficaz de prevenir a propagação da doença.
"Travar a TB no nosso tempo de vida vai exigir que os Governos e os parceiros do desenvolvimento aumentem e mantenham os compromissos financeiros e políticos para o seu controlo", sublinhou.
Segundo o Relatório Mundial sobre a Tuberculose, de 2012, 46% das pessoas que em 2011 tinham essa doença eram também portadores do VIH e, infelizmente, apenas 46% destas receberam a terapêutica anti-retroviral recomendada pela OMS.