O ministro da Assistência e Reinserção Social, João Baptista Kussumua, discursou na cerimónia de abertura em saudação ao Dia Mundial da População, cujo tema foi “Prevenir a Gravidez na Adolescência”.
Referiu que os dados revelam que os jovens dos 15 aos 24 anos somam em todo o mundo mil milhões de pessoas.
A adolescência é uma fase de transição complexa do ponto de vista físico e psicológico: “é um período perturbado, com dúvidas e inquietações, que necessita do acompanhamento de todos os que trabalham com os adolescentes”, disse o ministro
João Baptista Kussumua salientou que as consequências que surgem de uma gravidez precoce são marcantes e determinantes no futuro das adolescentes: “o percurso escolar ou o abandono da escola, interrupções da gravidez e casamentos prematuros são exemplos que dificultam a fase de vida na adolescência”.
O ministro da Assistência e Reinserção Social referiu que é importante reflectir sobre o papel da família porque nem sempre os pais estão preparados para responder às aflições dos filhos. “Em Angola há poucos estudos sobre a gravidez na adolescência” frisou o ministro. Mas lembrou que a gravidez na adolescência assume proporções preocupantes e é necessário aprofundar as questões e identificar as razões.
A representante do Fundo das Nações Unidas para a População em Angola (UNFPA), Kourtoum Nacro revelou que 16 milhões de meninas dos 15 aos 19 anos dão à luz todos os anos. “Complicações na gravidez e no parto são as principais causas de morte entre jovens nesta faixa etária, especialmente nos países em desenvolvimento”, afirmou Kourtoum Nacro.
Kourtoum Nacro disse ainda que a gravidez na adolescência é uma questão de saúde mas também de desenvolvimento. “Acabar com a gravidez na adolescência é um compromisso das nações, comunidades e indivíduos nos países desenvolvidos e em desenvolvimento”, referiu a representante do Fundo das Nações Unidas para a População em Angola.
A representante da UNFPA salientou que os Governos devem promulgar e reforçar as leis nacionais que aumentam a idade do casamento para 18 anos. “A sociedade deve promover os direitos das adolescentes e prevenir o casamento infantil e as suas consequências”, disse.Kourtoum Nacro acrescentou que os adolescentes e jovens devem ter acesso à educação sexual adequada à sua idade de forma a desenvolverem o conhecimento e habilidades para proteger sua saúde ao longo de suas vidas. “A educação e a informação não são suficientes, os serviços de saúde reprodutiva devem estar disponíveis para que os adolescentes possam fazer escolhas informadas e saudáveis”, realçou Kourtoum Nacro.
A representante da UNFPA concluiu que é necessário reforçar as parcerias e dar atenção especial aos adolescentes e jovens: “é importante criar políticas e estratégias específicas para os jovens terem uma vida saudável e responsável”.