O presidente da república José Eduardo dos Santos, nas vestes de Comandante em Chefe, revogou na segunda-feira, a promoção a general do oficial dos serviços secretos, acusado de assassinar Isaías Cassule e Alves Kamolingue, dois activistas mortos por tentarem organizar uma manifestação.
Um dos Advogados do Réu em causa, Benja Satula diz que a revogação não tem feito sobre o decurso do processo.
A decisão presidencial consta da ordem n.º 30/14 em que o Estadista angolano, José Eduardo dos Santos, assina na sua qualidade de Comandante em Chefe das Forças Armadas Angolanas, revogando o ponto 6, da Ordem n.º 12/2014, de 27 de Maio.
António Manuel Gamboa Vieira Lopes, antigo delegado do SINSE em Luanda e que agora regressa a patente de coronel, beneficiou da promoção militar no quadro de um antigo processo, que favoreceu antigos operativos do extinto Ministério da Segurança de Estado de Angola. Um dos Advogados do Réu em causa, Benja Satula diz que a revogação não tem efeito sobre o decurso do processo.
Entretanto, a emissora Católica de Angola tentou o contacto com um dos Advogados dos familiares das vítimas, o doutor David Mendes, mas sem sucesso.
Já o advogado Pedro Kaparakata questiona as causas que levaram o presidente da Republica a promover réu António Manuel Gamboa Vieira Lopes e atira a culpa aos juristas que rodeiam José Eduardo dos Santos.
Com esta revogação feita pelo comandante em chefe das forças armadas angolanas, o processo regressa ao tribunal provincial de Luanda, declarando o tribunal Supremo incompetente em dar seguimento ao processo, Advogado Pedro Kaparakata.
Recorde-se que Alves Kamulingue e Isaías Cassule desapareceram em Maio de 2012, quando tentaram realizar uma manifestação de antigos combatentes que reclamavam pelo atraso dos seus subsídios. No despacho, o presidente José Eduardo dos Santos criou uma comissão de inquérito para averiguar como o acusado chegou a ser promovido enquanto réu.