O antigo director do GRECIMA, Manuel Rabelais, negou, esta segunda-feira, em Tribunal, ter utilizado, entre os anos 2016 e 2017, mais de 98 milhões de euros conforme a acusação.
Aquele antigo responsável que está a ser interrogado, desde Quinta-feira 10, no Tribunal Supremo, esclareceu que do valor anunciado pela acusação, o GRECIMA teve acesso apenas 20 a 30 milhões, entre euros e dólares, admitindo que grande parte do valor que diz ter recebido foi transferida para o exterior do país em benefício de algumas empresas com destaque para três empresas de consultoria e comunicação do qual é sócio, além de parte ter sido transferência para o canal televisivo Euronews, movimentações feitas a mando do antigo presidente da República, José Eduardo dos Santos.
Segundo, Manuel Rabelais, entre os anos 2016 e 2017, o GRECIMA utilizou apenas 20 a 30 milhões, entre euros e dólares e não os mais de 98 milhões de euros apresentados, esta segunda-feira, em sede do tribunal, pela acusação, explicando que dos cerca de 20 a 30 milhões, entre euros e dólares, 15 foram transferidos para o exterior do país em benefício do canal televisivo Euronews, das empresas de consultoria e comunicação, BANCLAN, RABLAN e Zilford, estas, empresas do qual Rabelais assume ser um dos sócios.
As transferências, segundo o antigo director do GRECIMA, foram efectuadas sob orientação do antigo presidente da República, José Eduardo dos Santos, com objectivo de promover a imagem de Angola no exterior do país, em véspera do período eleitoral em 2017, além de outras acções envolvendo valores monetários e que segundo Rabelais eram secretas e não podiam deixar rastos e, assim orientava, o antigo presidente da República, que preferia que tais assuntos fossem tratados somente de maneira verbal sem qualquer documento escrito.
Quanto aos mais de 98 milhões de euros apresentados pela acusação, Rabelais, atribuiu responsabilidade aos órgão de comunicação social estatal angolanos, à TV Zimbo e à Semba Comunicação.
Durante a audiência que durou mais de seis horas, outro assunto que também levou Manuel Rabelais ser interrogado pelos juízes presentes, tem que ver com as transacções efectuadas no interior do país entre 2016 e 2017 pelo GRECIMA do qual era o director geral.
Manuel Rabelais citou as empresas Edições Novembro, EP, Angop, RNA, TV Zimbo, Interactive, SembaComunicações e o Ministério da Comunicação Social, "É possível que, com "cartas conforto” para o BNA possa ser esse o valor. Eu era o coordenador dos órgãos de comunicação social e a Organizações Chana fornecia viaturas a essas empresas”, disse Manuel Rabelais, perante uma sala reduzida a um terço da sua capacidade de cerca de 60 pessoas.
Questionado se conhecia o valor exacto, Manuel Rabelais disse que "é muito difícil responder a essa questão porque nem sempre o BNA atendia aos pedidos do GRECIMA.