Uma delegação
angolana, chefiada pelo vice-ministro das Relações Exteriores, George Chicoty,
parte hoje para a República Democrática do Congo (RDC) com o objectivo de
encontrar uma solução para a crise migratória entre Luanda e Kinshasa.
A delegação indicada pelo
Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, para resolver a situação dos
angolanos expulsos da RDC, deve deixar Luanda pela hora de almoço, avançou à
Agência Lusa o director para África e Médio Oriente do Ministério das Relações
Exteriores, Nelson Cosme, Com George Chicoty seguem ainda elementos dos
ministérios da Defesa e do Interior.
O assunto dominante nas
conversações entre Luanda e Kinshasa vai ser a questão da expulsão de milhares
de angolanos da RDC durante a última semana, por decisão do Governo congolês, e
ainda os milhares de repatriamentos de congoleses ilegais de Angola das zonas
diamantíferas das Lundas.
Em declarações à Lusa, o
director para África e Médio Oriente do Ministério das Relações Exteriores,
Nelson Cosme, disse que a delegação parte com o objectivo de "encontrar
saída para a crise e abordar com o Governo congolês questões de reforço da
cooperação".
O número de angolanos
expulsos da RDC pode já ter chegado aos 30 mil, sendo que só na província do
Zaire estão contabilizados cerca de 24 mil e no Uíge cerca de 4500. Cabinda e Lundas são
igualmente pontos de chegada de angolanos expulsos da RDC.
O Governo de Luanda já
tornou público que a reciprocidade não está a ser aplicada nesta crise, visto
que os repatriamentos de congoleses de Angola são apenas de ilegais e nas zonas
diamantíferas das Lundas, enquanto da RDC estão a ser expulsos angolanos com
situação legalizada, incluindo estudantes, professores, freiras, operários e
ainda refugiados registados pelo Alto Comissariado das Nações Unidades para os
Refugiados desde o tempo da guerra em Angola.