Angola e a República Democrática do Congo vão voltar a conversar sobre a crise migratória entre os dois países com o regresso a Kinshasa de uma delegação angolana chefiada pelo vice-ministro das Relações Exteriores, George Chicoty.
Esta nova ronda de conversações surge também porque a delegação angolana vai participar numa reunião dos países da África Central, em Kinshasa, e, à margem desta, explicou à Agência Lusa fonte do Governo angolano, as duas partes vão aproveitar para avançar nas negociações sobre os fluxos migratórios.
Luanda e Kinshasa chegaram a um acordo para a cessação das expulsões e repatriamentos mútuos na semana passada, quando cerca de 40 mil angolanos foram expulsos da R.D. Congo em retaliação aos mais de 100 mil congoleses que Angola repatriou das suas zonas diamantíferas das Lundas, Norte e Sul, nos últimos dois anos.
Os angolanos expulsos dos dois Congos serão realojados definitivamente, em breve, nas províncias do Uíge, Zaire, Cabinda, Malange e Huambo.
De acordo com a secretaria da Organização da Mulher Angolana, Luzia Inglês, a comissão interministerial criada pelo Governo já a trabalha para o reassentamento da população expulsa da RDC e do Congo Brasaville.
Os milhares de angolanos vindos de forma compulsiva dos países vizinhos vão ainda beneficiar de terrenos para a prática da agricultura.
A organização feminina do MPLA apela os empresários angolanos, agencias humanitárias internacionais e as organizações não governamentais a apoiarem os esforços do Governo na inserção dos milhares de angolanos expulsos dos dois Congos.