Mil novos casos de anemia falciforme são detectados anualmente no Hospital Pediátrico David Bernardino, segundo dados apresentados hoje, em Luanda, pela presidente da Associação Angolana de Hematologia, Brígida Santos.
Em declarações à imprensa, a margem do Simpósio sobre a Anemia Falciforme realizado hoje (sexta-feira), na Escola Nacional de Administração (ENAD), a responsável esclareceu que o número em causa engloba pacientes provenientes de todo o país.
A mesma reforçou que a capital do país regista o maior número de vítimas, porém, não adiantou factores para que isso aconteça. De acordo com ela, a detecção precoce e o tratamento adequado podem levar os portadores da doença a ter uma vida normal. "Mas, caso esses procedimentos não sejam adoptados, os portadores podem morrer até aos cinco anos de idade e as mulheres durante o período de gestação", afirmou a médica.
Além disso, acrescentou, o paciente sofre muito com cansaço, falta de ar, dores articulares, redução na velocidade de crescimento, puberdade atrasada nas crianças, infecções frequentes, problemas oculares, podendo inclusive chegar à cegueira, problemas neurológicos que podem provocar Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC), além de úlceras nos membros inferiores.
A anemia falciforme é uma doença hereditária causada por uma alteração genética na hemoglobina, que leva os glóbulos vermelhos a assumirem a forma de uma foice, dificultando a circulação do sangue e provocando lesão em qualquer órgão, como o cérebro, pulmão e rins.
A detecção pode ocorrer por meio do exame de hemoglobina ou exame de "ADN".