Os familiares dizem que percorrem longas distâncias diariamente para chegar ao Josina Machel, para removerem o corpo dos entes queridos, mas sem resultados.
Algumas pessoas ouvidas pela Ecclesia afirmam que foram informadas que os auxiliares de médicos legistas estão em greve, por não receberem os salários há mais de um ano. Pedem por isso as autoridades que tomem uma decisão imediata para o enterro dos corpos.
E o director da morgue central do Hospital Josina Machel, Domingos Simão, remeteu a responsabilidade para a Direcção Nacional de Investigação Criminal (DNIC), uma vez que os trabalhadores grevistas são funcionários deste órgão da polícia.
Palavras do director da morgue central do hospital Josina Machel a cerca dos auxiliares de médicos legistas que cruzaram os braços há quinze dias por falta de salários.
Entretanto, a Polícia Nacional emitiu um comunicado sobre o assunto, onde esclarece que os atrasos no pagamento dos salários devem-se ao facto de estarem a decorrer os trâmites legais para o enquadramento destes funcionários nos quadros da polícia, que "até um passado recente trabalhavam sem qualquer vínculo regular".
"Reconhecendo o seu empenho e desempenho na manutenção e conservação dos corpos e o grau de importância comunitária do seu trabalho, e porque há muito reclamavam por um vínculo laboral e profissional, a Polícia Nacional decidiu assumir a responsabilidade de os enquadrar há alguns meses", segundo o comunicado.
No documento, a polícia apelou a estes funcionários a que regressem ao trabalho, de forma a regularizar-se o normal funcionamento da morgue, uma vez que foram já tomadas "providências jurídicas para aceleração do processo".
O documento sublinha que, tão logo termine o processo de enquadramento na Polícia Nacional, os mesmos verão ressarcidos os seus direitos sociais e laborais conforme prevê a Lei Geral do Trabalho.