Todos os dias milhares de pessoas acordam cedo para procurar uma vaga de trabalho em restaurantes, obras, empresas, localizados na Baixa de Luanda. Cada manhã traz consigo a esperança de poder ser nesse dia que vão encontrar o emprego que procuram.
Na rua da Missão, tem sido visível de longe o aglomerado de pessoas à porta de um novo hotel que, antes mesmo de ser anunciado o recrutamento de pessoal, atrai aqueles que, na expectativa de arranjar trabalho, ali aguardam uma oportunidade.
"Todos os dias é assim. O hotel ainda não foi inaugurado, mas a falta de emprego faz com que essas pessoas venham de longe, desesperadamente, à procura de uma vaga de trabalho", explica à reportagem do Jornal de Angola um dos pedreiros que trabalha nos acabamentos do hotel.
Sem saberem se vão ser recebidos, esperam pacientemente. Alguns acabam por se tornar amigos e passam o tempo a desabafar as suas malambas. Outros, de tanto esperar, encostam-se aos carros ali estacionados à procura de uma sombra.
Alice Freitas veste uma roupa formal, sapatos rasos, tem um bebé às costas e o currículo enrolado na mão. A ela juntam-se outras pessoas, na sua maioria jovens que aparentam idades compreendidas entre os 20 e os 45 anos. O objectivo de todos é o mesmo: arranjar uma vaga antes do hotel ser inaugurado. Sem mesmo alguém lhes ter dito que são necessários empregados, todos os dias se reúnem ali, à espera que uma porta se abra para eles.
"As dificuldades aumentam em cada dia que passa", lamenta António Francisco. "Preciso custear os meus estudos e sem um salário não sei como fazer. Encontrar emprego, hoje em dia, é como procurar uma agulha no palheiro, mas encontra-se. Tenho fé que aqui veremos uma luz verde ao fundo do túnel", acrescenta, esperançoso.
Enquanto aguardam, entretêm-se com anedotas, histórias e algumas brincadeiras para espantar a ansiedade. João Bernardo, por sinal um dos mais aplicados animadores do grupo, conta que, para passar o tempo, "às vezes brincamos um tomba a outra, zombamos com o currículo uns dos outros, entramos em risadas até nos fartarmos. E tudo isso ajuda à distracção, porque se não for assim, torna-se aborrecido ficar à espera".
Mais abaixo, na Mutamba, junto à antiga Fazenda, hoje Ministério das Finanças, é visível o número de pessoas que ali aproveitam para descansar. Algumas andam de porta em porta, na tentativa de conseguirem um emprego.
Como o João Bernardo, que depois de permanecer algum tempo à porta do hotel, desce a rua da Missão em direcção a um banco onde possa sentar-se e repousar os pés. Com 32 anos, procura uma vaga de motorista. Veio do município do Kilamba Kiaxi e está a espalhar o seu currículo por várias empresas, na expectativa de um dia ser chamado. "Estou desempregado há mais de dois anos. Tenho o ensino médio feito em Ciências Sociais e sou pai de quatro filhos. Não posso me desesperançar. Tenho de continuar a procurar um emprego, porque senão não terei como sustentar os meus filhos. A minha mulher é vendedora e não pode assumir todas as despesas da casa, porque o negócio nem sempre rende".
Na rua da Missão, tem sido visível de longe o aglomerado de pessoas à porta de um novo hotel que, antes mesmo de ser anunciado o recrutamento de pessoal, atrai aqueles que, na expectativa de arranjar trabalho, ali aguardam uma oportunidade.
"Todos os dias é assim. O hotel ainda não foi inaugurado, mas a falta de emprego faz com que essas pessoas venham de longe, desesperadamente, à procura de uma vaga de trabalho", explica à reportagem do Jornal de Angola um dos pedreiros que trabalha nos acabamentos do hotel.
Sem saberem se vão ser recebidos, esperam pacientemente. Alguns acabam por se tornar amigos e passam o tempo a desabafar as suas malambas. Outros, de tanto esperar, encostam-se aos carros ali estacionados à procura de uma sombra.
Alice Freitas veste uma roupa formal, sapatos rasos, tem um bebé às costas e o currículo enrolado na mão. A ela juntam-se outras pessoas, na sua maioria jovens que aparentam idades compreendidas entre os 20 e os 45 anos. O objectivo de todos é o mesmo: arranjar uma vaga antes do hotel ser inaugurado. Sem mesmo alguém lhes ter dito que são necessários empregados, todos os dias se reúnem ali, à espera que uma porta se abra para eles.
"As dificuldades aumentam em cada dia que passa", lamenta António Francisco. "Preciso custear os meus estudos e sem um salário não sei como fazer. Encontrar emprego, hoje em dia, é como procurar uma agulha no palheiro, mas encontra-se. Tenho fé que aqui veremos uma luz verde ao fundo do túnel", acrescenta, esperançoso.
Enquanto aguardam, entretêm-se com anedotas, histórias e algumas brincadeiras para espantar a ansiedade. João Bernardo, por sinal um dos mais aplicados animadores do grupo, conta que, para passar o tempo, "às vezes brincamos um tomba a outra, zombamos com o currículo uns dos outros, entramos em risadas até nos fartarmos. E tudo isso ajuda à distracção, porque se não for assim, torna-se aborrecido ficar à espera".
Mais abaixo, na Mutamba, junto à antiga Fazenda, hoje Ministério das Finanças, é visível o número de pessoas que ali aproveitam para descansar. Algumas andam de porta em porta, na tentativa de conseguirem um emprego.
Como o João Bernardo, que depois de permanecer algum tempo à porta do hotel, desce a rua da Missão em direcção a um banco onde possa sentar-se e repousar os pés. Com 32 anos, procura uma vaga de motorista. Veio do município do Kilamba Kiaxi e está a espalhar o seu currículo por várias empresas, na expectativa de um dia ser chamado. "Estou desempregado há mais de dois anos. Tenho o ensino médio feito em Ciências Sociais e sou pai de quatro filhos. Não posso me desesperançar. Tenho de continuar a procurar um emprego, porque senão não terei como sustentar os meus filhos. A minha mulher é vendedora e não pode assumir todas as despesas da casa, porque o negócio nem sempre rende".