Nascido num dia 30 de Dezembro, na Quibala, Kuanza-Sul, Manuel Moreira Pinheiro foi um dos jovens angolanos que após ter concluído a sexta classe foi despachado para Cuba como bolseiro. Passou os primeiros anos na Ilha da juventude onde se manteve até 1988. Destacou-se como primeiro Secretario da JMPLA na Escola Dr. António Agostinho Neto. Concluiu nesta Ilha, um curso militar sobre condução de milícias territoriais. Tinha a patente de tenente. O seu orientador era um capitão cubano, Raul Plutin. A formação era destinada a dotar a população cubana com a concepção de guerra de “todo povo”, no caso especifico de uma invasão americana a ilha de Fidel, a população se envolveria.
Moreira Pinheiro contava com 23 anos quando inscreveu-se no curso de direito da Universidade Central de las Villas, em Santa Clara, em Havana do leste. Como activista do MPLA em Cuba integrou um grupo que esteve presente nos preparativos da recepção da visita de José Eduardo dos Santos, naquele país em 1989. Em 1993, quando terminou o curso, regressou a Luanda tendo trabalhado no gabinete de auditoria jurídica do Ministério da Justiça. Daí mudou-se para a província de Benguela onde exerceu advocacia e dedicou-se a docência como professor de direito constitucional do núcleo de Benguela da faculdade de direito da Universidade Agostinho Neto, instituição ao qual concluiu um Mestrado em Jurídicos Empresariais.
Em 2000, regressou a Luanda tendo conseguido um enquadramento no Gabinete jurídico do Ministério da Saúde, onde segundo apreciação teria se notabilizado pela sua habilidade. Figuras do Ministério alegam que se “houvesse justiça” seria ele o director do gabinete jurídico daquela instituição. “Isso não aconteceu porque primeiro ele não pertencia a nenhum Comitê de acção do partido” e segundo pela frontalidade como abordava as coisas”. Diz-se ainda que “teria sido vítima de intrigas e face a situação”, conforme discrição competente, o mesmo decidiu sair por licença ilimitada.
Foi advogado de Álvaro Holden Roberto, líder-fundador da FNLA, entre o período de 2005 a 2007. Quando este faleceu, o seu sucessor Ngola Kabangu, em demonstração de confiança, serviu-se dos seus préstimos do advogado para questões políticas junto do Tribunal Supremo e tribunal constitucional. Foi também considerado como “um homem com muita coragem”, por ter integrado a equipa de defesa da antiga direcção do SIE.
É também dos quadros oriundos do MPLA que largou o partido no poder para se juntar a extinta FPD. Fazia parte de uma corrente que fazia gosto de ter o economista Vicente Pinto de Andrade como candidato a Presidência da Republica pela extinta FPD. (Na altura a constituição angolana permitia que os cidadãos escolhessem o seu presidente sem ser necessário passar pela votação no parlamento). Nas eleições legislativas de 2008, Manuel Pinheiro concorreu como candidato a deputado por este partido, pelo circulo provincial, do Kuanza-Sul. No decorrer da campanha eleitoral apareceu no “espaço de antena” da TPA, fazendo defesa da criação de um Tribunal de Relação propositado a funcionar como instancia judicial que dentre outros assuntos se dedicaria ao combate cerrado contra a corrupção em Angola.
Após o período de auto- extinção da FPD, em consequência dos resultados eleitorais, participou nos trabalhos da refundação deste partido, mas não chegou a participar na sua convenção. No seguimento da não-aceitação da refundação da FPD por parte do Tribunal Constituição, o mesmo acabaria por se desvincular da política. Na visão dos líderes da ex-FpD, caso o TC reconsidera-se a refundação, reservariam a Manuel Pinheiro a liderança de Luanda juntamente com o político Luís do Nascimento, e trataria também de assuntos constitucionais internos juntamente com uma dirigente partidária, Lisdalia Paula. A comunicação nunca o chegou ao mesmo.
Teria prestado acessória jurídica ao Deputado Quintino de Moreira. Porém, nos últimos dois anos, figuras que abordavam o mesmo notavam nele exclusividade para advocacia anulando as suas posições políticas. Em privado alega que “pretende hibernar por muito tempo”.
Em Fevereiro de 2009, foi admitido pela Universidade de Castilha la Mancha em Espanha para o grau de doutoramento em direito constitucional na área da interpretação dos direitos fundamentais. No inicio de Janeiro de 2010, deslocou-se a Espanha para concluir uma pôs graduação em direito penal económico e de empresas. Tem dedicado o tempo a estudar perfil das instituições africanas e seus respectivos e os seus respectivos processos eleitorais. Há indicadores apontando para um provável retorno a docência.
Fez parte do grupo técnico da Comissão Constitucional para elaboração da Constituição e do Grupo C, como coordenador adjunto (O coordenador era Felix Paca). Na altura surgiram ventilações a cerca da possibilidade da criação de um governo de integração. A Nova Democracia, coligação ao qual prestava assessoria via nele como seu candidato ao cargo de Ministro da Justiça.
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